Redescoberto no início de 2023, mosaico teria sido parte de importante edifício da cidade submersa de Baiae
Na costa noroeste do Golfo de Nápoles, na Itália, um importante e singular evento — tanto para arqueólogos quanto para meros fãs do antigo Império Romano — vem chamando bastante atenção. Um antigo mosaico, que fora descoberto originalmente há mais de 40 anos, perdido, e redescoberto no começo de 2023, submerso no mar próximo à antiga cidade de Baiae, está passando por trabalhos de restauração.
O processo de redescoberta e atual restauração foi descrito pelo Parque Arqueológico Campi Flegrei em publicação no Facebook no último sábado, 3. Segundo os responsáveis, agora estão sendo integradas as lacunas do mosaico, além de que os restauradores planejam replicar o cromado original das telhas.
Lento e complexo é o trabalho de remoção das incrustações formadas em uma porção do mosaico, diretamente em contato com os ladrilhos, devido a desenterramentos passados (e descontrolados) que deixaram por muito tempo a delicada superfície sem revestimento arenoso", descreve uma das publicações.
De acordo com o Heritage Daily, a antiga obra romana, conhecida como "mosaico das ondas", foi perdido depois de mudanças de sedimentos no fundo do mar, há mais de 40 anos. Foi somente agora, em janeiro de 2023, que ele foi redescoberto e anunciado pelo Parque Arqueológico Campi Flegrei.
Segundo a Revista Galileu, no passado o mosaico teria sido parte de um importante edifício na área de Portus Julius, em Baiae — cidade do período romano parcialmente submersa localizada no Golfo de Nápoles —, atual comuna de Bacoli. A obra de arte mostrava um padrão de ondas, cercadas por bordas de revestimento nas cores rosa e preto, sob um fundo branco.
Já a cidade, que era um popular resort frequentemente visitado por importantes figuras do império, ganhou reputação no passado pelo estilo de vida hedonista, dedicado ao prazer. De acordo com relato do poeta Sexto Propércio, da era augusta — no século I a.C. —, o lugar era um "vórtice de luxo" e um "porto de vício".
Por fim, acredita-se que o que teria levado partes da cidade a ficarem submersas seria sua localização em uma volátil e ativa região vulcânica. No momento, o Parque Arqueológico Campi Flegrei planeja direcionar esforços a finalizar as restaurações do mosaico, para que possa vir a se tornar uma atração subaquática.