Acusada de desvio de verbas públicas, vice-presidente da Argentina quebrou silêncio após cinco anos
Redação Publicado em 05/12/2022, às 12h33
Na próxima terça-feira, 6, a vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, de 69 anos, será julgada em um processo onde é acusada de liderar um esquema de desvio de verbas públicas. Caso condenada, ela poderá pegar 12 anos de prisão.
Antes do julgamento, porém, ela foi entrevistada pela Folha de S. Paulo, pela coluna da jornalista Mônica Bergamo. Importante ressaltar que Kirchner estava há cinco anos sem conceder declarações públicas.
No bate-papo, que ocorreu em Buenos Aires, no Instituto Pátria, Cristina declarou que as acusações contra sua pessoa são uma “falsidade absoluta”. Ela também disse que, assim como Lula, é vítima de “lawfare”, quando a Justiça persegue uma pessoa por razões políticas.
À Folha, a vice-presidente relatou que conversou com o petista após sua vitória nas eleições presidenciais brasileiras. “Seria impróprio repetir uma conversa privada. Mas tivemos um diálogo muito bom sobre a visão dele do que hoje precisa ser feito no Brasil.”
Eu o vi muito sereno, firme, seguro e claro”, continuou.
Ela também respondeu às críticas das pessoas que dizem que ‘Cristina não é Lula’; se referindo ao fato do futuro presidente ser uma pessoa agregadora e ela uma polarizadora. “Se eu olhar para a eleição brasileira, acho que o Lula se ‘cristinizou’. Hoje eu vejo como o Brasil está, e há uma polarização.”
“E cuidado. Não se esqueça de que eu sou mulher”, ponderou. “Somos infinitamente mais atacadas quando exercemos cargos de poder. E se vamos contra o que desejam os setores poderosos de uma sociedade, a estigmatização é total”.
