Segundo novo estudo, a Bacia Amazônica foi colonizada por seus primeiros humanos há cerca de 13 mil anos, em uma migração em massa que varreu rapidamente as Américas
Um novo estudo publicado na edição de março da revista Quaternary Science Reviews aponta que os primeiros humanos a ocuparem a região da Bacia Amazônica, aqui na América do Sul, chegaram na região há cerca de 13 mil anos, em meio a um processo de migração em massa ao longo das Américas.
Conforme descrito pelo estudo, após chegarem à região onde hoje é a Serranía de la Lindosa — um sítio arqueológico localizado no extremo norte da Amazônia colombiana —, estes primeiros humanos viveram em abrigos rochosos, onde fabricavam ferramentas de pedra, caçavam e coletavam recursos, além de criar enormes exibições de arte rupestre.
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No caso, já era conhecido pelos pesquisadores que a área já era ocupada há cerca de 12.600 anos, graças às próprias artes rupestres. Porém, no estudo recente foi melhor compreendido como a área era utilizada por esses habitantes, e também que ela não esteve ocupada o tempo todo.
Para tanto, foram coletadas amostras do solo de dois abrigos rochosos da região e, a partir de uma análise, foram identificadas diferentes camadas de fragmentos de pedra, carvão e "altos níveis de matéria orgânica indicativos de preparação, consumo e descarte de alimentos", de acordo com o professor Mark Robinson, professor associado de arqueologia da Universidade de Exeter, no Reino Unido, em comunicado.
Segundo o estudo, desde as primeiras migrações humanas na região, os abrigos foram completamente abandonados por vários períodos — alguns de mais de um milênio, inclusive —, mas também reabitados com o tempo. A análise do solo revelou cerâmicas de 3 mil anos, evidências de cultivo há 2,5 mil anos, vestígios de milho de 500 anos, além do quão cedo os locais foram ocupados de fato.
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Os resultados estabelecem firmemente que a ocupação humana da Serranía de la Lindosa começou no final do Pleistoceno, há cerca de 12.600 anos, e continuou até o século XVII", complementa no comunicado José Iriarte, professor de arqueologia da Universidade de Exeter.
"O número excepcional de abrigos rochosos encontrados na região com evidências de habitação humana sugere que esta área era uma paisagem atraente para grupos forrageadores. Foi lá que eles puderam acessar uma exuberante floresta tropical, savanas e rios para caçar e coletar", acrescenta Iriarte.
Já sobre as artes rupestres e a relação com esses antigos grupos, a pesquisadora de pós-doutorado associada na Universidade de Exeter, Jo Osborn, também pontua no comunicado: "Todos os abrigos rochosos exibem pinturas ocres das primeiras ocupações, indicando que aqueles pioneiros também estavam registrando e dando sentido a esse novo mundo que encontraram."