O atual nome do espaço de ensino infantil é uma homenagem à jovem de origem judia que foi morta pelo regime nazista
Uma creche do leste da Alemanhaestá gerando polêmicas pelo país. O local, batizado de Anne Frank, planeja alterar seu nome, o que causou protestos entre a população local. Segundo os manifestantes, a mudança é um “mau sinal” em um momento em que “o antissemitismo e o extremismo de direita estão aumentando”.
Em uma nota divulgada nesta segunda-feira, 6, as autoridades do município de Tangerhutte explicaram que a modificação do nome do infantário faz parte de uma série de modificações que se encontram em fase de consideração, e ressaltaram que nenhuma decisão definitiva foi tomada.
Conforme repercutido pelo portal da rede de televisão Euronews, a diretora do jardim de infância, Linda Schichor, teria argumentado que as crianças possuem dificuldade em compreender a história de Anne Frank, uma jovem judia vítima do Holocausto.
Além disso, a educadora acredita que os pais de origem estrangeira não compreendem o significado do nome. “Queríamos algo que não tivesse conotações políticas”, afirmou Linda.
Em resposta à situação, o vice-presidente executivo do Comitê de Auschwitz, Christoph Heubner teria descrito os argumentos apresentados a favor da mudança como “idiotas” em uma carta aberta à direção do jardim de infância e ao presidente da câmara.
Se as pessoas estão dispostas a pôr de lado a sua própria história tão facilmente, precisamente numa altura em que o antissemitismo e o extremismo de direita estão a aumentar, e se o nome Anne Frank é visto como inapropriado na arena pública, não podemos deixar de estar preocupados com a cultura da memória no nosso país", afirmou Heubner.