Iniciativa visa homenagear defensores da democracia e relembra o legado da esposa do deputado Rubens Paiva, morto pela ditadura militar
A Advocacia-Geral da União (AGU) anunciou, nesta quarta-feira (8), a criação do "Prêmio Eunice Paiva de Defesa da Democracia", em reposta ao aniversário de dois anos dos atentados golpistas ocorridos em Brasília, em 8 de janeiro de 2023.
O prêmio, instituído por meio de um decreto assinado pelo presidente Lula (PT), tem o objetivo de homenagear Eunice Paiva por sua destacada trajetória na defesa dos direitos humanos.
A cerimônia de lançamento contou com a presença do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski; do advogado-geral da União, Jorge Messias; e dos netos de Eunice, Chico Rubens Paiva e João Francisco Paiva Avelino.
Eunice Paiva é protagonista do filme Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles, que recebeu reconhecimento internacional. Fernanda Torres, que interpretou Eunice no longa, conquistou o Globo de Ouro de melhor atriz de drama no último domingo, 5.
Eunice, que se formou em Direito, tornou-se uma fervorosa ativista dos direitos indígenas após o sequestro e assassinato de seu marido, o engenheiro e ex-deputado federal Rubens Paiva, pela ditadura militar em 1971. O filme é baseado no livro homônimo de seu filho, Marcelo Rubens Paiva.
A premiação será concedida anualmente a uma personalidade que tenha feito contribuições significativas para o fortalecimento da democracia no Brasil, seja por sua atuação profissional, intelectual, social ou política.
Em nota, a AGU destacou que a cerimônia não só celebrará as qualidades do premiado, mas também rememorará a luta de Eunice Paiva pela resistência democrática e seus esforços em defesa dos direitos humanos.
A AGU informou que um ato normativo com as diretrizes para a implementação do prêmio será publicado ainda neste ano, com previsão para o primeiro trimestre de 2025.
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