Possibilidade foi explicada em estudo recente; saiba mais!
Em 2006, a NASA divulgou a primeira evidência de que existiu água em Marte. Na época, a agência espacial americana publicou fotos de duas crateras, chamadas Terra Sirenum e Centauri Montes, que parecem mostrar a presença de água líquida no Planeta Vermelho.
Já em 31 de julho de 2008, a sonda Phoenix Mars da NASA confirmou a presença de água congelada em Marte, que contém os mesmos elementos da água que temos na Terra e não uma outra forma de gelo, formado por outro tipo de substância.
O planeta também apresenta vários vales antigos e secos, além de canais de rios que há muito apontam para a possibilidade de água líquida ter fluído por lá. Atualmente, o rover Perseverance da NASA está explorando a cratera de Jezero, que era um lago cheio de água há cerca de 3,5 bilhões de anos atrás.
Mas para onde foi todo esse material? Em recente estudo publicado na revista Icarus, pesquisadores da Universidade de Binghamton sugerem que grande parte dela pode estar escondida a apenas alguns quilômetros abaixo do solo marciano.
Até há pouco tempo, muitas pessoas, inclusive eu mesmo, assumiam que a água que existiu anteriormente em Marte estava agora presente em forma de gelo armazenado nas calotas polares e como gelo subterrâneo", disse David Jenkins, professor de Ciências Geológicas e Estudos Ambientais da Universidade de Binghamton.
De acordo com o estudo, porém, a água pode estar presa dentro de minerais de argila situados a cerca de 30 quilômetros embaixo da superfície. Chamado de esmectita, o mineral rico em ferro também é encontrado na Terra e se forma a partir de uma reação específica entre a rocha e a água.
A análise se deu através de informações coletadas por satélites que orbitam ao redor do planeta durante os últimos anos. Esses dados apontam que nem a quantidade de gelo existente no planeta e tampouco a perda de vapor são suficientes para explicar o desaparecimento da água.
"Uma vez que vimos que a esmectita de ferro ferroso, a sua forma menos estável termicamente, era estável até temperaturas de aproximadamente 600 °C a 30 quilômetros de profundidade, ficou claro que a esmectita na realidade, poderia ser um importante depósito da ‘água que falta’ em Marte", completa Jenkins.
Entretanto, apesar das suspeitas, a teoria do pesquisador não pode ser comprovada, já que ainda não existe nenhum equipamento capaz de perfurar o solo do Planeta Vermelho em grandes profundidades.
"A questão mais difícil, a da quantidade total de minerais argilosos na superfície ou próximo da superfície de Marte, ainda não foi determinada com a precisão necessária para confirmar realmente que os minerais argilosos podem ser o principal depósito de água em Marte", lamentou o pesquisador.