O dispositivo é incrivelmente leve e mede apenas 0,15 milímetro de espessura, mas pode significar um grande avanço na área da saúde
Uma recente pesquisa publicada na Nature Communications traz uma perspectiva promissora para indivíduos sem cordas vocais: um dispositivo capaz de conferir a habilidade da fala.
Desenvolvido por uma equipe de bioengenheiros da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), liderada pelo professor assistente de bioengenharia Juan Chen, o aparelho, que é fixado externamente à garganta, pode revolucionar a comunicação para aqueles com distúrbios vocais.
Este adesivo, macio e elástico, tem aproximadamente 2,5 centímetros quadrados e foi concebido para detectar movimentos nos músculos da laringe. O sistema bioelétrico é composto por dois componentes principais: um detector, que converte sinais musculares em sinais elétricos interpretáveis por um algoritmo de aprendizagem de máquina, e um atuador, que transforma esses sinais elétricos em voz audível.
A tecnologia, que se baseia em uma mistura de silicone biocompatível e bobinas de indução magnética, é capaz de captar modificações no campo magnético causadas pelos movimentos laríngeos.
O adesivo, que pesa cerca de 7 gramas e mede apenas 0,15 milímetro de espessura, é fixado na garganta com uma fita dupla-face biocompatível, proporcionando uma adesão segura e confortável próximo às cordas vocais.
“As soluções existentes, como dispositivos portáteis de eletrolaringe e procedimentos de punção traqueoesofágica, podem ser inconvenientes, invasivas ou desconfortáveis”, disse Chen, que lidera o Grupo de Pesquisa em Bioeletrônica Vestível da UCLA, através de um comunicado.
“Este novo dispositivo apresenta uma opção vestível e não invasiva, capaz de auxiliar os pacientes na comunicação durante o período anterior ao tratamento e o período de recuperação pós-tratamento para distúrbios de voz”, acrescenta.
Segundo a Galileu, a equipe de pesquisa pretende expandir o vocabulário do dispositivo através do aprendizado de máquina e realizar testes clínicos em pacientes com distúrbios de fala, promovendo ainda mais avanços nessa área da saúde.