O local era utilizado para o trabalho com xisto e guardava relíquias esquecidas embaixo da vegetação — destruída pelos recentes incêndios
Os incêndios que ocorreram no ano passado e início deste ano da Austrália deixaram milhões de animais mortos e uma vasta destruição na rica fauna e flora do país. Além de um cenário de tragédia, as chamas estão trazendo à tona um passado quase esquecido da região. Arqueólogos encontraram um antigo acampamento de mineração que foi usado no final do século 19 e início do século 20.
Segundo o portal australiano de notícias Blue Mountains Gazette, a equipe da Universidade Macquarie está comandando as pesquisas no local. Até o momento os especialistas descobriram que o campo era utilizado por mineradores no ano 1880 até meados de 1914. Lá, eles trabalhavam com xisto, uma espécie de rocha bastante laminada.
O acampamento de mineração foi encontrado primeiramente por guardas florestais dos Parques Nacionais do estado de Nova Gales do Sul. Assim que notaram a presença de objetos que eram estranhos para a floresta, contataram a Universidade. Então, foram localizados outros artefatos, como ruínas de paredes, cerâmica, vidro, lareiras e coberturas de ferro ondulado— que antes estavam cobertos pela vegetação.
“O objetivo é dar 'carne e voz' às pessoas que viveram e trabalharam neste local”, afirmou a professora Tanya Evans, do departamento de história da Universidade. “O estudo analisará os efeitos da desindustrialização na paisagem, isto é, a história de como esse vilarejo industrial basicamente retornou à natureza, mas deixou alguns impactos na paisagem”, finalizou.
Logo que as restrições impostas pela pandemia do novo coronavírus acabarem os planos para abrir o centenário lugar ao público são grandes: “Planejaremos eventos localmente, esperançosamente em parceria com bibliotecas locais, famílias e sociedades históricas locais. Convidaremos membros do público interessados em linhagem, genealogia, história local e patrimônio familiar para trazer suas coleções familiares para eventos temáticos e trabalhar com acadêmicos”, escreveram os membros da equipe em comunicado.