Filme mais assistido por brasileiros na Netflix, A Sociedade da Neve resgata uma das maiores tragédias envolvendo aeronaves
Publicado em 06/01/2024, às 12h43 - Atualizado em 09/01/2024, às 19h55
Era 13 de outubro de 1972, quando um avião que levava 45 pessoas caiu em uma área isolada da cordilheira dos Andes. Os que sobreviveram, no entanto, encontraram diversos obstáculos.
Isolados durante mais de dois meses em um frio extremo, precisaram recorrer aos cadáveres das vítimas do acidente para não morrerem de fome. Em uma história de sobrevivência, viveram o que ficou conhecido como 'Milagre nos Andes'.
Essa é a história real que inspirou o filme 'A Sociedade da Neve'. Mais assistido por brasileiros neste sábado, 6, o longa foi dirigido por Juan Antonio Bayona e adaptado da obra homônima escrita pelo jornalista Pablo Vierci, lançada em 2008, explica o Tudum, site oficial da Netflix. Ele entrevistou os sobreviventes da tragédia, que resultou num livro impressionante.
Para o diretor, era necessário "contar essa história da perspectiva de cada um dos mortos. Ao fazer isso, estávamos alcançando uma abordagem mais espiritual", explicou ele ao USA Today. "A ideia aqui era dar aos sobreviventes a oportunidade de usar o seu testemunho para dar voz aos mortos".
Além disso, ele também visitou o local real do acidente. "Foi incrível visitar o Vale das Lágrimas [local da tragédia], no mesmo local e na mesma época do ano do acidente", disse Bayona à Netflix. "É um lugar fascinante e assustador… Mas vivenciar o frio extremo, a falta de oxigênio e a exaustão constante nos ajudou a entender o que os personagens principais passaram".
Com cenas tensas, 'A Sociedade da Neve' encarou o desafio de 'comprimir' dias, semanas e anos de momentos que aconteceram com os sobreviventes da tragédia aérea para um filme de horas. Como acontece em muitos filme baseados em fatos, é impossível apresentar uma história sem adaptações.
Ao USA Today, o diretor Juan Antonio Bayona explicou que o filme conta com duas grandes adaptações quando comparados com a história real. Uma delas se refere a parada na cidade de Mendoza, na Argentina.
"Uma [adaptação], foi o voo para Santiago, no Chile, [eles] pararam em Mendoza por causa das condições climáticas e passaram uma noite na cidade. Mas nunca mostramos essa pausa na jornada", explicou Bayona.
Outra pequena mudança em relação à história real compreende o resgate dos sobreviventes que esperavam na montanha. Diferente do filme, existiram duas operações de resgate com helicópteros.
"Houve duas operações de resgate para retirar os sobreviventes de helicóptero”, explicou ele. "A primeira viagem levou apenas metade deles, e um grupo de resgate ficou com os sobreviventes e passou uma noite com eles. Depois, outro helicóptero os retirou no dia seguinte. Mas só mostramos [no filme] um helicóptero".