Descoberta impressionantemente feita em 2015 permite analisar espécie extinta há milhares de anos
Foi pura sorte que nada mais nada menos que corpos de leões mumificados que têm pelo menos 12 mil anos de idade acabaram sendo encontrados por uma equipe de pesquisadores na região do rio Uyandina, na Rússia, em 2015.
Na ciência, quase tudo que se sabe sobre leões-das-cavernas foi obtido apenas por pinturas rupestres e alguns fósseis, visto que a espécie está extinta há muitos anos. Com a descoberta, isso muda completamente.
O site Aventuras na História separou 5 curiosidades sobre essas múmias impressionantes.
Confira a seguir!
Os cientistas não estavam à passeio na região quando se depararam com a descoberta, mas também não esperavam encontrá-la. Na verdade, eles estavam buscando fósseis de mamutes, aproveitando a inundação do rio local.
O alagamento fez com que uma caverna fosse exposta. Um dos pesquisadores envolvidos na busca pelos esqueletos de mamutes, Yakov Androsov, decidiu olhar a gruta através de um buraco no gelo, acabou se deparando com corpos diferentes e decidiu investigar.
Embora sejam extremamente antigos, — eles são de uma espécie extinta há muito tempo —, os corpos impressionaram os pesquisadores por estarem em um excelente estado de conservação.
Segundo Yakov Androsov, durante entrevista à BBC em 2015, principal responsável pela descoberta, “pelos, pernas, caudas, orelhas, olhos e bigodes estavam preservados". Era possível observar os pelos cobrindo as faces dos animais, os bigodes nas bochechas e todos os detalhes.
Outro aspecto que surpreendeu os especialistas foi a idade das múmias: elas aparentavam ser de filhotes de leões-das-cavernas, tendo o tamanho de gatos modernos. A ciência aponta que a espécie poderia chegar ao tamanho de tigres siberianos mais modernos quando adulta, entre 3,3 metros de comprimento.
No caso das múmias russas, porém, elas eram bem menores. De acordo com Albert Protopopov, zoólogo, os filhotes morreram duas ou três semanas depois de nascerem porque ainda não apresentavam dentes nem atingiram o crescimento completo esperado.
Descobrir o que teria causado a morte dos leões em uma idade tão jovem pode ajudar os pesquisadores a entender detalhes sobre seus costumes e vida. Segundo Protopopov, a hipótese mais provável está relacionada ao local em que eles foram encontrados.
É possível que eles tenham morrido de fome após ficarem presos na caverna em que foram descobertos devido a um soterramento de terra na entrada da gruta. A gruta não oferecia muitas possibilidades de sobrevivência aos pequenos, que pereceram no local.
Os estudos primários feitos nos corpos encontrados ainda não puderam determinar sua idade ao certo. No entanto, os pesquisadores atestam que eles possuem ao menos 12 mil anos de idade, visto a data de extinção da espécie.
Consideradas as mais completas múmias já encontradas pela ciência, elas poderão auxiliar em novas pesquisas sobre os animais. A expectativa dos especialistas é que a descoberta possa ajudar na investigação sobre a origem, hábitos, famílias e nutrição da espécie.