Na ocasião, ela subiu no palco a pedido do ator Marlon Brando, que recusava o prêmio de Melhor Ator em protesto
Em 1973, o ator Marlon Brando chocava a comunidade artística mundial ao recusar um Oscar de Melhor Ator, maior honraria que um ator de cinema pode receber, justificando que Hollywood mal-tratava os povos indígenas americanos, tanto nas retratações ficcionais, quando na representatividade em elencos.
Como forma de protesto, quem foi ao palco em seu lugar foi a atriz Sacheen Littlefeather, amplamente vaiada pelos artistas que compunham a plateia, em meio a uma transmissão televisionada internacionalmente.
49 anos depois, no entanto, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, responsável pela organização do evento, formalizou um pedido de desculpas a atriz e a homenageou em evento especial.
De acordo com o portal G1, a cerimônia homenageou as origens da indígena, que é apache e yaqui, com danças e músicas nativas americanas. No pedido público de desculpas, a Academia reconheceu que a ação resultou no ostracismo da atriz por profissionais de cinema, mesmo com os elogios de ativistas.
Na época, além das vaias, o ator John Wayne foi segurado para não agredir a atriz fisicamente. Nos anos seguintes, ainda foi vetada de produções, mesmo sendo integrando do Screen Actors' Guild, o sindicato dos profissionais de cinema.
"Eu sabia que tinha que dizer a verdade. Algumas pessoas podiam aceitar. E outras não. [...] Nunca é tarde demais para um pedido de desculpas. Nunca é tarde demais para o perdão", disse Littlefeather para membros da imprensa que se reuniam onde o evento foi realizado.