Os autores do processo vivem em duas comunidades que teriam sido destruídas pela poluição
Na última semana, um total de 13.652 nigerianos entraram com um processo contra a multinacional petrolífera Shell devido ao impacto ambiental que contínuos derramamentos de óleo teriam provocado na região onde moram.
Vale mencionar que a ação judicial ocorre enquanto a empresa, que operou no local durante mais de 80 anos, está prestes a encerrar suas atividades nas zonas que teriam sido poluídas.
Segundo informações apuradas pelo The Guardian, os indivíduos, que moram na área do Delta do Rio Níger, dependem da pesca, agricultura e pecuária para sobreviver. O óleo vazado, todavia, teria comprometido a água e o solo. Assim, caso vençam o processo, os requerentes pedem que a multinacional limpe a área afetada.
Além de matar peixes e dificultar o plantio, é importante destacar que a poluição ambiental afeta a saúde das próprias pessoas que vivem ali: um estudo recente da Universidade de St Gallen descobriu que a taxa de mortalidade de recém-nascidos é duas vezes mais alta perto de vazamentos de óleo quando comparada a outras partes da Nigéria.
Esse caso levanta questões importantes a respeito das responsabilidades de companhias de gás e óleo. Parece que a Shell está tentando deixar o Delta do Níger livre de quaisquer obrigações legais de lidar com a devastação ambiental causada por vazamentos de óleo de sua infraestrutura através de várias décadas", afirmou o representante legal dos 14 mil nigerianos, Daniel Leader, ainda segundo o The Guardian.
Já de acordo com a petrolífera, que teria faturado mais de 30 bilhões de dólares nos primeiros nove meses de 2022, os culpados pela maior parte dos vazamentos seriam gangues locais que usam canos de má qualidade para desviar óleo extraído pela Shell.