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Desventuras / A Mandíbula de Caim

A Mandíbula de Caim: Veja 5 curiosidades sobre o mistério literário de 1934

Um dos maiores enigmas literários de todos os tempos, A Mandíbula de Caim, escrito por Edward Powys "Torquemada" Mathers, foi solucionado por poucos

Éric Moreira
por Éric Moreira

Publicado em 24/06/2024, às 19h00

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Ilustração do livro 'A Mandíbula de Caim' - Divulgação com modificações
Ilustração do livro 'A Mandíbula de Caim' - Divulgação com modificações

Seja na literatura, cinema, séries ou mesmo jogos, um gênero que fascina qualquer um há séculos é o mistério. Afinal, ninguém pode negar o quão prazeroso é solucionar histórias que se constroem pouco a pouco.

No entanto, há uma obra que poucas pessoas tiveram o prazer de desvendar por completo: 'A Mandíbula de Caim'. Publicado originalmente em 1934, o livro é inegavelmente bastante peculiar, com uma proposta única.

Confia a seguir cinco curiosidades sobre o intrigante quebra-cabeças literário 'A Mandíbula de Caim' e seu autor, Torquemada:

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1. Enigma duplo

Em uma narrativa de mistério policial, Edward Powys Mathers — sob seu famoso pseudônimo de Torquemada — entrelaçou seis assassinatos em 100 páginas, que foram, ainda por cima, impressas aleatoriamente. Assim, não basta o mistério do enredo, a sequência dos fatos também é um enigma a ser desvendado.

O desafio era tamanho que, na época da publicação, o autor o lançou um prêmio de 25 libras a quem mostrasse a sequência correta. "Existe uma ordem inevitável, aquela em que as páginas foram escritas", anunciou. Duas pessoas conseguiram a façanha pouco tempo depois.


2. Renascimento do mistério

Embora 'A Mandíbula de Caim' chame atenção logo de cara, sendo quase impossível não querer adquirir um exemplar, saiu de circulação pouco após desvendarem-no, e assim foi quase perdido para sempre.

Porém, voltou a se popularizar em 2016, depois que o museu inglês Laurence Sterne Trust recebeu um exemplar e voltou a chamar atenção para o mistério.

Em 2019, a instituição se aliou a uma editora independente e instigou o público, permitindo que mais pessoas o solucionassem. Consistia em uma caixa com todas as páginas, e um desafio: quem desvendasse o mistério, receberia um prêmio de mil libras.


3. Novas conclusões

Na época do relançamento, doze pessoas tentaram concluir o desafio, contudo, o vitorioso foi o escritor inglês John Finnemore, que se tornou a terceira pessoa conhecida a desvendá-lo. A façanha foi feita em meados de 2020, durante um período de confinamento da pandemia.


4. O autor

Edward Powys Mathers / Crédito: Reprodução/X/@johnstonglenn

Edward Powys Mathers, autor de 'A Mandíbula de Caim', também é responsável por outro feito histórico. Isso porque ele foi o responsável por introduzir as palavras-cruzadas na Inglaterra em 1924, nas páginas do jornal The Observer.

Ele também foi considerado, em sua época, um tradutor brilhante, sendo o responsável por uma famosa edição de 'As Mil e Uma Noites', traduzida do francês de J.C. Mardrus. Isso sem mencionar que era crítico literário, especialista principalmente em resenhas de, pasmem, ficção criminal.


5. Torquemada

Sob o pseudônimo de Torquemada, Edward Powys Mathers trabalhou com palavras-cruzadas de 1926 até sua morte, em fevereiro de 1939 (aos 46 anos), além de outras histórias fragmentadas para serem solucionadas, assim como 'A Mandíbula de Caim'. Ele também revisou uma série de histórias de detetive entre 1934 e 1939.

Já a origem do pseudônimo se refere ao frade dominicano castelhano Tomás de Torquemada. Ele serviu como Grande Inquisidor do Tribunal do Santo Ofício durante a Inquisição Espanhola, cujo objetivo era manter a ortodoxia católica em seus reinos, em meados do século 15, e substituir a Inquisição Medieval, que estava sob controle do papa.

Representação de Tomás de Torquemada / Crédito: Domínio Público via Wikimedia Commons

Por conta de seu uso de tortura para conseguir confissões e por defender a queima na fogueira de culpados na brutal inquisição, o nome Torquemada passou a ser um sinônimo de crueldade, intolerância religiosa e fanatismo.