Há 77 anos, a menina de origem judia foi morta após o esconderijo de sua família ter sido revelado aos nazistas
Nesta segunda-feira, 17, a mídia internacional divulgou a informação de que uma investigação pode ter levado ao nome da pessoa que traiu Anne Frank e sua família, entregando o local do esconderijo para os nazistas.
A adolescente alemã de origem judaica foi vítima do Holocausto, durante a Segunda Guerra Mundial (1939 -1945). Anne se tornou mundialmente famosa após sua morte, pela divulgação de seu diário, onde relatou experiências durante o período em que viveu escondida dos nazistas.
De acordo com informações da BBC, uma equipe formada por historiadores e ex-agentes do FBI concluiu que foi Arnold Van den Bergh quem provavelmente entregou os Frank, para salvar sua própria família.
Segundo revelado na reportagem, o homem em questão era uma figura judia de prestígio. Van den Bergh integrou o Conselho Judaico de Amsterdã, um órgão que foi forçado a implementar a política nazista em áreas judaicas.
No ano de 1943, o órgão foi dissolvido e os membros foram enviados aos campos de concentração nazistas. Entretanto, os investigadores descobriram que na época, Arnold continuou morando em Amsterdã, acredita-se que ele tenha fornecido informações internas aos nazistas, para se proteger e proteger sua família.
A conclusão se deu após seis anos de investigação. Através de tecnologia, os pesquisadores usaram de algoritmos de computador para buscar por conexões entre muitas pessoas diferentes, para desvendar o mistério.
A editora holandesa Ambo Anthos pediu desculpas em decorrência da série de críticas à investigação.
Segundo o livro ‘The Betrayal of Anne Frank: A Cold Case Investigation’ (‘Quem Traiu Anne Frank?: a Investigação Definitiva sobre a Morte da Autora do Diário Mais Famoso do Mundo’, em português, publicado pela HarperCollins), o responsável pelas detenções teria sido um judeu de nome Arnold van den Bergh.
Com a publicação da obra, uma série de críticas, vindas inclusive de acadêmicos do tema, indicavam que não havia evidências o suficiente para apoiar a identificação do homem como a pessoa que entregou a menina e sua família aos nazistas, tornando as acusações infundadas.
Uma das opiniões críticas veio do chefe do Fundo Anne Frank, — criado pelo pai da menina, Otto Frank — John Goldsmith. Para ele, a investigação é “cheia de erros” e “não contribuiu para descobrir a verdade”.
Depois da polêmica, a editora enviou um e-mail interno à autora do livro, a escritora canadense Rosemary Sullivan. Nele, ressaltava que ela deveria ter exercido uma "posição mais crítica" sobre a publicação, segundo reportou a BBC.
"Aguardamos as respostas dos pesquisadores para as perguntas que surgiram e estamos postergando a decisão de imprimir outra tiragem", afirmou. "Apresentamos nossas sinceras desculpas a qualquer um que possa ter se sentido ofendido pelo livro."
Grandes conflitos e guerras que marcaram a História são tema do podcast 'Desventuras na História'. Narrado por Vítor Soares, professor de História e dono do podcast 'História em Meia Hora', o episódio 'Vitórias pírricas, as conquistas que foram derrotas', apresenta a história de vitórias que não foram muito positivas.
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