“Eu vou fazer uma proposta que ele não poderá recusar!” Essa frase ficou marcada por meio século para todos aqueles que não perderam a oportunidade de ver este eterno clássico
Um novo ‘O Poderoso Chefão’, de Francis Ford Coppola, está nos cinemas para comemorar 50 anos que o filme foi exibido nas telonas. A proposta da nova produção, que chega no Brasil no dia 25 de fevereiro, é uma versão remasterizada em 4k.
O próprio diretor participou da edição desta nova versão, e prometeu não cortar e nem alterar absolutamente nada. Ou seja, teremos o filme na íntegra e com uma cara e efeitos mais modernos.
O longa-metragem, que teve sua estreia nos cinemas em 1972, venceu duas estatuetas do cobiçado Oscar e seis Globo de Ouro, além de outras diversas premiações. É um ícone, um clássico inquestionável, tanto que suas falas estão na boca de todos os cinéfilos do mundo.
E antes que você corra para o cinema, quero contar algumas curiosidades que aconteceram durante e depois das filmagens desse filme inigualável.
Essa quem não sabe, não prestou atenção. Sempre que uma laranja entra em cena, sim a fruta, alguém, com certeza, irá morrer ou sofrer um atentado.
Durante os ensaios a cabeça de cavalo, utilizada na cena em que o personagem interpretado pelo ator John Marley, acorda com a parte de seu equino favorito em sua cama, era de mentira, bem diferente do dia da gravação final, em que Coppola comprou uma cabeça de verdade e o grito de susto do ator foi mais real ainda.
Brando colocava algodões que enchia o local, o dando aspecto de um buldogue. Dizem que a tática só foi utilizada uma vez, pois logo após um dentista fez uma prótese para deixa-lo com as bochechas mais proeminentes.
O depoimento de Frank Costello, um mafioso de verdade, ao FBI, inspirou Brando a criar a voz rouca e, extremamente, marcante do personagem.
Warren Beatly, Jack Nicholson, Dustin Hoffman, Alain Delon, Robert Redford e Burt Reynolds ficaram a uma bala de interpretar Michael Corleone, porém, Al Pacino foi o premiado. Não sei se hoje veria outra pessoa nesse papel.
Respeita, é uma família. O diretor fez de tudo para que a palavra “máfia” e “cosa nostra” não estivessem na boca dos personagens.
A cena em que Don Vito passa o bastão da família ao Michael, após a morte de seu primogênito, não é uma narrativa do livro em que o filme foi baseado. O acontecimento foi escrito por Robert Towne, autor de ‘Operação Yakuza’ e ‘Missão Impossível’.
Coppola insistiu para que Marlon Brando fizesse o papel de Don Vito, mesmo contrariando os executivos da Paramount, porque segundo eles, o galã da época dava muitos problemas nos sets. Dito e feito, Brando não decorava suas falas e, ainda espalhou cartazes com suas frases pelo estúdio e até mesmo em atores que estavam interpretando de costas para as câmeras para que pudesse improvisar no roteiro.
Aparentemente, as táticas de improviso deram certo não só para Brando, mas como para outros atores também. Uma das frases mais marcantes do filme dita por Peter Clemenza, o personagem de Richard Castellano, “Deixe a arma, pegue os cannoli”, também não estava no roteiro.
Sim, ela é o bebê, sobrinho de Michael que é batizado por ele, enquanto seus rivais são atacados e mortos a mando herdeiro do trono. E nessa cena, é que realmente se torna o sucessor definitivo, o chefão.
A cineasta na verdade aparece na trilogia toda, na segunda parte como uma imigrante italiana e no terceiro filme, já com 18 anos, ela é a filha de Michael Corleone, personagem de Al Pacino. O papel não estava destinado a ela, mas Winona Ryder desistiu na última hora. Isso que deve ser arrependimento, não?
Brando não causou só dentro do set, mas no Oscar também. Como um ato político contra a descriminação em relação aos índios americanos, não só se ausentou no grande dia do tapete vermelho, como mandou uma atriz se passando por índia em seu lugar.
Luca Brasi, retratado pelo ator Lenny Montana e supostamente inspirado no gangster real Santo “Sonny Boy” Ricchiettore, convence qualquer um em relação ao seu medo de falar com o chefão, isso porque seu nervosismo era verdadeiro por contracenar com Marlon Brando. Aí fica fácil de convencer, não?