Com o auxílio de médicos e epidemiologistas, os cientistas sociais realizaram um extenso relatório em 87 países
Equipes de cientistas sociais de vários países se reuniram em parceria com médicos e epidemiologistas para a revisão de conteúdos relacionados ao covid-19 em publicações de redes sociais e reportagens em veículos de imprensa. Avaliando materiais postados entre dezembro de 2019 a abril de 2020, concluíram que mais de 2,3 mil rumores distintos foram propagados em relação ao novo coronavírus.
O relatório concluiu que, destes mais de 2,3 mil relatos, teorias conspiratórias e estigmas, 89% deles tratavam-se de alegações sem embasamento técnico e científico; 8% estavam relacionados a crenças maliciosas, como teorias da conspiração relacionando a pandemia como uma arma biológica ou algo criado intencionalmente por alguma organização com fins secretos; e 3,5% descreveram relatos falsos em primeira ou terceira pessoa sobre problemas sociais causados pela pandemia.
Os materiais foram analisados em 25 idiomas de 87 países, incluindo o Brasil. Os pesquisadores também identificaram ondas de disparos de fake news, passando por três etapas no período; a primeira, entre 21 de janeiro e 13 de fevereiro, a segunda entre 14 de fevereiro e 7 de março, e a terceira, onde o maior número de relatos foram disparados, entre 8 de 31 de março de 2020.
Na publicação, os autores apontam a importância da comunicação para evitar a disseminação do novo coronavírus. Eles também sugeriram que as instituições federais e organizações privadas devem se comprometer com as vidas envolvidas: “Os governos e outras agências devem entender os padrões dos rumores, estigma e teorias da conspiração relacionados ao COVID-19 que circulam pelo mundo”.