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Coronavírus / Pandemia

Jovem indígena de aldeia amazônica morre por coronavírus, afirma a Sesai

Membro dos Yanomami, o adolescente ficou internado em estado grave no hospital de Roraima e se tornou a primeira vítima indígena da pandemia no país

Alana Sousa Publicado em 14/04/2020, às 13h20

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Imagem aérea da aldeia Yanomami - Wikimedia Commons
Imagem aérea da aldeia Yanomami - Wikimedia Commons

O Ministério da Saúde havia anunciado a infecção por coronavírus de um jovem de 15 anos de uma comunidade indígena da Amazônia.  O adolescente da aldeia Yanomami permaneceu na UTI do Hospital Geral de Roraima, até que não resistiu e faleceu, no último dia 9, informou a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) — ligada ao governo.

Apresentando sintomas como febre e falta de ar, o jovem ficou por 5 dias no tratamento intensivo. Ao comentar sobre o caso, o ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que a situação era “preocupante”, ainda mais por se tratar de uma região afastada e vulnerável a doenças facilmente transmitidas. Essa é a primeira morte confirmada entre os povos indígenas.

Os Yanomami vivem em uma região isolada da Amazônia e possuem cerca de 20 mil membros. Mandetta alegou em entrevista coletiva que “temos que ser extremamente cautelosos com as comunidades [indígenas], especialmente aquelas que têm muito pouco contato com o mundo exterior”.

No início do surto de Covid-19, o médico sanitarista e professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Douglas Rodrigues, afirmara que “a forma de viver dos índios, coletivamente, casas comunitárias, compartilhamento de objetos. As condições precárias de saneamento das aldeias, tudo isso contribui para que esse vírus, se entrar em uma comunidade indígena, pode ter consequências bastante severas e contaminar bastante pessoas em curtíssimo prazo de tempo".

Até o momento, no Brasil, 1.355 pessoas morreram pela doença. E existem 23.753 infectados pelo Covid-19. Em comparação, no mundo o total de indivíduos confirmados com o novo vírus já atingiu o impressionante número de quase 2 milhões — com pouco mais de 120 mil mortes.