Recentemente, Mandetta e o presidente tiveram opiniões divergentes sobre as medidas preventivas para conter a disseminação do vírus
Nesta quinta-feita, 16, o presidente Jair Bolsonaro anunciou a demissão de Luiz Henrique Mandetta, ministro da Saúde. Acredita-se que o ato tenha ocorrido devido a divergência de opiniões sobre as medidas preventivas relacionadas a Covid-19.
Além da declaração da autoridade, o então ministro comentou o ocorrido em sua rede social. "Acabo de ouvir do presidente Jair Bolsonaro o aviso da minha demissão do Ministério da Saúde. Quero agradecer a oportunidade que me foi dada, de ser gerente do nosso SUS, de pôr de pé o projeto de melhoria da saúde dos brasileiros e de planejar o enfrentamento da pandemia do coronavírus, o grande desafio que o nosso sistema de saúde está por enfrentar", afirmou Mandetta.
Ele acrescentou ao dizer que agradece a toda a equipe que esteve com ele no Ministério da Saúde e desejou êxito ao seu sucessor no cargo de ministro da Saúde. “Rogo a Deus e a Nossa Senhora Aparecida que abençoem muito o nosso país", concluiu.
O ex-ministro, que estava no governo desde 2019, ganhou destaque devido a pandemia do novo coronavírus. Entretanto, mas últimas semanas, ele e o presidente apresentaram opiniões divergentes sobre as medidas preventivas para conter a disseminação do vírus, o que pode ter resultado em sua demissão.
Além disso, nesta quinta-feira, Bolsonaro se reuniu com o possível sucessor de Mandetta no Planácio do Planalto. Nelson Luiz Sperle Teich, oncologista e empresário de saúde, já trabalhou anteriormente como consultor informal na campanha eleitoral do presidente em 2018 e também como assessor de Denizar Vianna, secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde.
Além disso, Teich já está familiarizado com a pandemia, já que publicou um artigo sobre o coronavírus intitulado "COVID-19: Histeria ou Sabedoria?", no qual ele comenta sobre a polarização de ideias no país.
"A discussão sobre as estratégias e ações que foram definidas por governos, incluindo o brasileiro, para controlar a pandemia de covid-19 mostra uma polarização cada vez maior, colocando frente a frente diferentes visões dos possíveis benefícios e riscos que o isolamento, o confinamento e o fechamento de empresas e negócios podem gerar para a sociedade", escreveu.
Ele também alegou no artigo que é como se existisse um grupo focando nas pessoas e na saúde e outro no mercado, nas empresas e no dinheiro, mas essa abordagem dividida, antagônica e talvez radical não é aquela ideal que vai ajudar a sociedade a passar por esse problema.