Dennis Carroll, que estuda doenças infecciosas há 30 anos, disse que devemos ser "extremamente cautelosos ao subestimar as ameaças potenciais" dos germes renascidos
O cientista Dennis Carroll, que estuda doenças infecciosas há 30 anos, e fez parte do documentário da Netflix Pandemia, contou, em entrevista ao site Metro.co.uk, que micróbios congelados na Era do Gelo representam perigo para a humanidade, podendo ser liberados com o aumento da temperatura no Ártico.
Segundo o pesquisador, devemos ser "extremamente cautelosos ao subestimar as ameaças potenciais" que os germes renascidos podem representar. Bactérias e vírus que permaneceram congelados por milhares de anos podem fazer voltar doenças perigosas, já erradicadas pela humanidade.
Os riscos que esses micróbios “renascidos” podem representar para a espécie humana são desconhecidos, mas a Covid-19 é um lembrete, segundo o cientista, de que devemos ser cuidadosos.
Para Caroll, doenças transmitidas pela vida selvagem também deveriam ser vistas como um problema de saúde global após o surto de coronavírus. E, conforme o aquecimento global avança, novos micróbios podem surgir e uma nova pandemia pode começar.
"O mundo se depara com a perspectiva muito real de que micróbios antigos que há muito dormem sob a tundra congelada receberão uma nova vida com as mudanças climáticas e o degelo do norte do Ártico", explicou o especialista.
Não por acaso, um estudo, publicado em 2014 por pesquisadores franceses e russos, no jornal científico PNAS, já pontou inclusive indicíos da existência de vírus no permafrost do continente. Em 2019, outra pesquisa, divulgada no Scientific Reports, também revelou que o derretimento do gelo do Ártico pode estar associado ao vírus da cinomose do focinho, que afeta no Atlântico ao Pacífico focas e lontras marinhas.