Também conhecida como Chiesa d’Oro, a igreja supostamente esconde os restos mortais do apóstolo São Marcos Evangelista
A Basílica de São Marcos, em Veneza, na Itália, ganhou o apelido de Chiesa d’Oro, ou igreja de ouro. Construído a partir de 832, o prédio original foi incendiado durante uma revolta em 976. Um século depois, teve início a construção atual.
Com saques trazidos das Cruzadas, a basílica tornou-se um monumento à opulência. O trabalho de decoração persistiu até o século 16 e acumulou mais de 8 mil metros quadrados de mosaicos, dos quais 4,2 mil de ouro.
Em 1807, tornou-se a catedral da cidade. De acordo com a lenda, a igreja abriga o corpo de São Marcos Evangelista. Mercadores venezianos teriam contrabandeado os restos mortais do santo, então sepultado no Egito, para a cidade, sendo que os restos mortais estariam escondidos em um barril de banha de porco.
De acordo com o folclore veneziano, São Marcos estava viajando pela Europa quando, ao chegar em Veneza, deparou-se com um anjo. O enviado divino disse “Vá em paz, Marcos, meu evangelista. Aqui seu corpo descansará”. A estátua do santo, com anjos em volta, faz alusão à lenda.
Símbolo da cidade, o detalhe é uma reprodução em ferro fundido do século 19, do original destruído em 1797.
O pórtico da entrada principal, construído no século 13, tem três arcos enfeitados com
relevos que fazem alegoria a elementos como o mal e as virtudes. O último arco contém o mosaico do Juízo Final.
Os mosaicos de São Marcos retratam a história do cristianismo, do Velho Testamento à jornada de Cristo, com referências à vida do santo homenageado. Foram criados no século 13, mas o único que sobreviveu inalterado à passagem do tempo mostra o transporte de São Marcos à basílica.
Em sua maioria, são santos reverenciados em Veneza. Quatro estátuas foram substituídas em 1511, após um terremoto tê-las destruído.
Os cavalos de São Marcos têm boa quilometragem — criados no século 2 para adornar o Arco de Trajano, em Roma, foram enviados 200 anos depois para Constantinopla e instalados no Hipódromo. Em 1204, o duque de Veneza, Enrico Dândolo, saqueou a cidade e os trouxe para a basílica. Eles se mudariam mais uma vez. Napoleão Bonaparte levou as estátuas para o Arco do Triunfo em Paris. Após Waterloo, foram devolvidos aos italianos. Hoje, os originais estão no museu da igreja e réplicas adornam a fachada.
Baseado na planta da Igreja dos Santos Apóstolos em Constantinopla, demolida em 1461, o layout da basílica é uma cruz grega, com quatro braços de mesmo comprimento. Os domos marcam cada ponta, assim como o centro da cruz.
Mais de 500 colunas de minerais como jaspe, alabastro, pórfiro e mármore adornam o templo. Originalmente as paredes eram de tijolos expostos, que foram cobertas de mármore e decoradas ao longo de séculos.