Saiba mais sobre o aclamado disco que vendeu mais de 30 milhões de cópias em todo o mundo
Victória Gearini Publicado em 12/08/2020, às 20h50 - Atualizado em 05/04/2022, às 13h55
O álbum Nevermind, da banda de rock Nirvana foi lançado em 24 de setembro de 1991, pela DGC Records. Considerada uma das capas de disco mais famosas da música popular, Nevermind ilustra um bebê nadando nu, ao lado de uma nota de um dólar americano. Com mais de 30 milhões de cópias vendidas em todo o mundo, o segundo álbum da banda americana tornou-se um dos mais aclamados de todos os tempos.
Formada por Kurt Cobain e Krist Novoselic em 1987, o Nirvana era uma banda de rock de Aberdeen, de Washington. O primeiro álbum do grupo foi lançado em 1989, sob o título Bleach. Um ano depois, a banda passou a planejar seu segundo álbum que em um primeiro momento foi chamado de Sheep.
Produzido por Butch Vig Nevermind foi o segundo álbum lançado pelo Nirvana e o primeiro lançamento no DGC, desta vez com o baterista Dave Grohl como integrante. Em 1990, algumas faixas já haviam sido escritas por Cobain, no entanto, em 6 de abril a banda fez uma apresentação em Seattle, onde o músico havia forçado sua voz, obrigando o grupo a interromper as gravações.
Após Cobain se recuperar, entre maio e junho de 1991, Nirvana gravou Nevermind no Sound City Studios em Van Nuys, na Califórnia, com um orçamento estimado em $ 65.000. Para arrecadar o dinheiro da gravação e chegar a Los Angeles, o grupo promoveu um show em que tocou pela primeira vez a canção Smells Like Teen Spirit.
Assim que chegaram na Califórnia passaram a trabalhar cerca de oito a dez horas por dia na produção do disco. Novoselic e Grohl terminaram suas faixas de baixo e bateria em poucos dias, mas Cobain levou mais tempo para produzir os overdubs de guitarra, vocais e letras. Para Butch Vig às vezes era difícil trabalhar com Cobain, pois frequentemente relutava em gravar os overdubs.
Após fazerem algumas mixagens, Vig e os integrantes não gostaram do resultado, portanto, Cobain escolheu Andy Wallace para auxiliar nesta tarefa. Wallace alterou os sons de bateria e guitarra, satisfazendo o gosto da banda. Na tarde de 2 de agosto, no The Mastering Lab, em Hollywood, o álbum Nevermind foi masterizado. Entretanto, a trilha escondida Endless, Nameless, que apareceria no final de Something in the Way foi acidentalmente deixada de fora. Assim que soube do erro, Cobain exigiu que consertasse o incidente.
Cobain foi o principal compositor do Nirvana e em 2001 na biografia sobre o músico, Heavier Than Heaven, o escritor Charles R. Cross afirmou que boa parte das composições foram baseadas no relacionamento disfuncional de Cobain com Tobi Vail. Após o término da relação o músico começou a escrever e ilustrar cenas violentas, em que demonstrava ódio por si mesmo e pelas outras pessoas. No entanto, as canções escritas no período de Nevermind eram menos agressivas se comparadas com as demais.
Já o título, em um primeiro momento, foi denominado Sheep, referindo-se a uma piada interna de Cobain. No entanto, ao concluir a produção, o músico sugeriu que o álbum deveria se chamar Nevermind, sendo uma metáfora para sua atitude na vida.
A arte da capa apresenta um menino nu nadando, chamado Spencer Elden. Cobain teve essa ideia enquanto assistia um programa de televisão sobre partos na água. Após mencionar ao diretor de arte da Geffen, Robert Fisher, a ideia foi colocada em ação. Spencer Elden, na época com quatro meses foi o escolhido para estampar a capa do álbum, que mais tarde se tornou um dos discos mais famosos da música popular.
Embora após o lançamento do álbum, os integrantes do Nirvana tenham expressado insatisfação com a produção em decorrência do som comercial, Nevermind vendeu mais de 30 milhões de cópias em todo o mundo. Considerado um dos álbuns mais vendidos de todos os tempos, em março de 1999, foi contemplado como Diamante pela RIAA. Além disso, foi responsável por trazer os estilos grunge e rock alternativo, sendo um dos álbuns mais aclamados da história da música.
Anos mais tarde, a Biblioteca do Congresso adicionou este álbum ao National Recording Registry, responsável por coletar gravações que contribuíram para cultura e história, além de representar esteticamente um dos discos mais importantes dos últimos tempos.
