Com tecnologias modernas e métodos tradicionais, pesquisadores encontram novos sítios de pesquisa e redescobrem os antigos
Mausoléu do imperador Qin
Local: China
Desde 1974, quando o local foi descoberto, milhares de estátuas de soldados, cavalos e carruagens de barro foram desenterradas em duas escavações. Uma terceira etapa, iniciada em junho e prevista para durar cinco anos, vai contar com equipamentos de ponta para fazer a sondagem cuidadosa do subsolo. Estima-se que haja mais 600 sítios a explorar no complexo. "Um dia, a escavação da sepultura do imperador será uma das mais importantes já realizadas", diz o arqueólogo britânico Paul Bahn.
Dmanisi
Local: Geórgia
Ferramentas de pedra escavadas nos anos 1980 indicaram que o sítio medieval abrigava uma camada anterior, de 1,85 milhão de anos atrás. Desde então, foram encontrados os crânios dos hominídeos mais antigos descobertos fora do continente africano. Em 2000, surgiu uma mandíbula de outra espécie de hominídeo, da mesma época.
Qatna
Local: Síria
De 2400 a 600 a.C., a cidade de Qatna foi um centro comercial muito ativo. Após escavações nos anos 1920, uma nova etapa, iniciada em 1994, lançou luzes sobre a organização da cidade, com a descoberta de oficinas de cerâmica e palácios. "Esperamos encontrar os templos e o palácio real", afirma o italiano Daniele Morandi, que dirige as pesquisas no local.
Saqqara e Abydos
Local: Egito
Arqueólogos estudam o padrão de distribuição das pirâmides no complexo de Saqqara. Em 2007, foi descoberto o túmulo de Ptahemwia, o mordomo real. Em Abydos, as tumbas dos reis da primeira dinastia são escavadas desde 2004 (abaixo, uma mulher morta em sacrifício). "Este é um dos sítios mais importantes do Egito há 150 anos, e ainda temos muito o que aprender", diz a egiptóloga Laurel Bestock.
Vogelherd e Hohle Fels
Local: Alemanha
Artefatos da gruta de Vogelherd permitem compreender a cultura humana nos períodos Paleolítico e Neolítico. Já a gruta de Hohle Fels abrigava uma série de esculturas, como o mamute de mármore ao lado. No começo do ano, foram anunciadas as descobertas de uma flauta de mais de 35 mil anos e uma estatueta de marfim, representando uma mulher, batizada de Vênus de Hohle Fels.
Göbekli Tepe
Local: Turquia
Uma série de estruturas megalíticas dispostas em círculo, no alto de um monte, indica que o local era um santuário datando de 11 mil anos atrás, o mais antigo de que se tem notícia. No centro, dois pilares possuem relevos de animais selvagens. "Queremos descobrir mais esculturas. Com elas, esperamos encontrar uma chave para entender as mensagens do passado", afirma o arqueólogo alemão Klaus Schmidt.
Olduvai
Local: Tanzânia
O desfiladeiro abriga fósseis de animais e hominídeos com até 3,75 milhões de anos, além de ferramentas talhadas em pedra. O material indica que os humanos modernos se desenvolveram inicialmente no leste da África. O estudo de pegadas fossilizadas comprova que esses ancestrais do homem caminhavam na posição vertical.
Serra de Atapuerca e cova de La Garma
Local: Espanha
Há 20 anos, fósseis são retirados de Atapuerca. Fragmentos de crânios e membros levaram à identificação de uma nova espécie, o Homo antecessor. Em 2007, restos mostraram que já havia presença humana na Europa ocidental 1,2 milhão de anos atrás. "É um dos locais mais importantes para quem quer estudar as fases iniciais da evolução humana", diz o arqueólogo brasileiro João Zilhão. Já a gruta de La Garma tem pinturas rupestres de grande realismo.
Amazônia
Local: Brasil
A Amazônia era considerada um terreno infértil para os arqueólogos. Essa situação começou a mudar no fim da década de 1990, quando novas investigações revelaram a existência de sociedades complexas desde mil anos antes da chegada dos europeus. No Alto Xingu, surgiram resquícios de vilas. E o Acre tem grandes estruturas geométricas no solo, os geoglifos (como os de Nasca, no Peru). Em julho, foi anunciada a descoberta de 20 novos geoglifos.
Stonehenge
Local: Inglaterra
O sítio foi revisitado em 2007 e submetido à datação de restos humanos. A análise mostrou que Stonehenge funcionou como local de cremação e cemitério. Atualmente, arqueólogos estudam os resquícios de habitações próximas. A 5 quilômetros, em Amesbury, foi encontrada, em 2002, a sepultura de um arqueiro.