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Corridas de bigas: a Fórmula 1 deles

Corridas de bigas: a Fórmula 1 deles

Textos Fabiano Onça Publicado em 01/02/2007, às 00h00 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h36

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Aventuras na História - Arquivo Aventuras
Aventuras na História - Arquivo Aventuras

Alta tecnologia, pilotos famosos, torcedores alucinados e muito dinheiro. Não é à toa que muita gente fala do “circo” da Fórmula 1. Mais de 2 mil anos antes de Ayrton Senna, as corridas de biga já tinham tudo isso. Elas surgiram bem antes de Roma, e já aconteciam quando as Olimpíadas foram criadas, em 680 a.C. Mas ninguém levou esse esporte tão a sério como os romanos. No auge, condutores milionários atraíam 250 mil pessoas ao estádio de corridas Circo Máximo. Dois imperadores loucos de pedra, Nero e Calígula, também eram malucos por uma biga. Tanto que participaram de algumas corridas – e venceram todas, é óbvio.

Corridas de bigas

O Grande Prêmio de Roma

PROFISSÃO PILOTO

Os pilotos eram chamados de aurigas. Normalmente eram pobres tentando ficar ricos ou escravos em busca da liberdade. Os melhores eram disputados pelas equipes e adorados pelo público.

SINAL VERDE

A largada era dada quando um pano branco era jogado ao chão. Doze carruagens saíam dos boxes (chamados de cárceres) – as equipes mais ricas pagavam para começar nos lugares da frente.

CADEIRA RESERVADA

A tribuna de honra funcionava como um camarote para as maiores autoridades. Uma ponte levava o imperador para dentro da arena.

VAI, VERDÃO!

As bigas eram distribuídas em quatro equipes: os azuis, os verdes, os vermelhos e os brancos. Vários imperadores eram fãs dos verdes. Calígula, por exemplo, ia até os estábulos na véspera da prova, para dar uma força para o time do coração.

LOTERIA ESPORTIVA

As corridas eram o show mais democrático do império. Todas as classes sociais podiam assistir, pagando uma ninharia. Os torcedores faziam bolões de apostas.

VALE-TUDO

As corridas só tinham uma regra: “Não há regras”. Tudo era permitido, inclusive chicotear o adversário e jogá-lo contra o canteiro central. O naufragium, que acontecia quando um piloto caía da biga, era o acidente mais festejado pela platéia

FAMA E DOR

No lugar das equipes, como a Ferrari ou a McLaren, os torcedores idolatravam alguns cavalos. Na pista, era comum os bichos perderem a língua por causa de uma mordida ou ficarem cegos por causa de chicotadas.

CARRUAGENS DE FOGO

Somados, piloto e biga não pesavam mais do que 100 quilos e corriam a até 35 km/h. O veículo era feito de madeira e não tinha cockpit de proteção. Cada carro podia ter de quatro a dez cavalos.

SEGURANÇA MÍNIMA

A morte fazia parte das corridas. O piloto mais famoso de todos, o Michael Schumacher romano, foi Scorpus, que morreu aos 26 anos, depois de 2 048 vitórias.

ATÉ REZA VALE

Nas ruínas do Circo Máximo, os pesquisadores encontraram a seguinte oração: “Deuses, ajudem-me no Circo dia 8 de novembro. Paralisem os membros do time vermelho. Atormentem suas mentes, sua inteligência e seus sentidos”.

O circo máximo

INAUGURAÇÃO:século 4 a.C., por Tarquínio (quinto rei de Roma)

UTILIZAÇÃO:de 17 a 66 dias por ano

PROVAS POR DIA: de 12 a 24

CAPACIDADE: até 250 mil pessoas (um quarto da população de Roma durante o século1)

LOCALIZAÇÃO: entre a colina Aventina e o Palatino,no coração político da metrópole