O Maníaco do Parque - Reprodução/vídeo/Youtube/Brasil Urgente
Maníaco do Parque

Veja as confissões do Maníaco do Parque após a captura

Após mais de 20 dias procurado pela polícia, Francisco de Assis Pereira, o Maníaco do Parque, foi capturado e fez várias revelações em interrogatório

Éric Moreira Publicado em 19/10/2024, às 14h16 - Atualizado em 20/10/2024, às 11h10

Na última sexta-feira, 18, chegou ao catálogo do Amazon Prime Video o filme 'Maníaco do Parque', novo trabalho de Maurício Eça, que gira em torno de um crime real que  chocou o Brasil. Quem dá vida ao assassino, Francisco de Assis Pereira, no filme é o ator cearense Silvero Pereira.

No fim da década de 1990, Francisco de Assis Pereira ficou conhecido como "Maníaco do Parque" depois que foi descoberto que ele era o responsável pelo assassinato de 11 mulheres, além de abusar sexualmente de seus cadáveres, no Parque do Estado, em São Paulo. O filme, já disponível, mistura fato e ficção ao mergulhar nas investigações que levaram à sua prisão.

Após mais de 20 dias procurado pela polícia, Francisco foi finalmente capturado em uma cidade no Rio Grande do Sul, ainda em 1998. De imediato, ele foi preso preventivamente, e depois recebeu uma pena de 285 anos, onze meses e dez dias de prisão.

No entanto, vale mencionar que, pela legislação brasileira, não é permitido que uma pessoa permaneça presa por mais de 30 anos. Por isso, o caso ainda pode ser motivo de grande repercussão, visto que isso estipula que o maníaco pode ser liberto em 2028; hoje, ele tem 56 anos.

Uma vez com as autoridades, Francisco cooperou consideravelmente. No começo, ele negava responsabilidade por todas as acusações, mas decidiu confessar — exceto no caso das mulheres que sobreviveram aos ataques — e levou a polícia aos restos de uma última vítima, até então, não encontrada.

+ Maníaco do Parque: Como o serial killer foi capturado?

Relatos brutais

Segundo explicou o delegado Sérgio Luís Alves, envolvido nas investigações do caso Francisco de Assis Pereira, na série documental 'Investigação Criminal', também disponível no Amazon Prime Video, o 'maníaco' revelou em seus interrogatórios que não tinha um prazo exato para realizar seus ataques. Quando acordava com 'aquela vontade', ele tentava e, caso conseguisse atrair uma vítima, acabava a matando.

Outro detalhe que o delegado ressaltou na produção é que Francisco não conseguia manter ereções prolongadas. Por isso, para que as vítimas não pudessem comentar sobre seu "potencial como homem", nas palavras de Sérgio Luís Alves, "ele primeiro as matava, e só aí conseguia obter prazer".

Houve relatos, inclusive, por parte dele mesmo que, após ter matado a sua vítima, ele ficou horas e horas beijando-a. Ele contou algo que, para ele, quando estava sendo interrogado, a gente notava que ele estava sentindo prazer naquele momento", conta o delegado no documentário.

Nos dias seguintes, Francisco ainda retornava ao local em que deixava o cadáver, passava mais alguns momentos beijando o cadáver despido, até que, quando entrava em decomposição, ele o abandonava. 

O Maníaco do Parque, Francisco de Assis Pereira, durante entrevista / Crédito: Reprodução/Vídeo

 

Isadora Fraenkel

Durante os interrogatórios, Francisco deu detalhes sobre a primeira vítima, que abordou na estação de metrô Jabaquara após o Natal de 1997. "Ela havia passado o Natal na casa dos patrões, e ia passar o ano novo com os familiares", comenta Sérgio Luís Alves, porém "foi atraída pelo Francisco para o Parque do Estado e ali foi estrangulada pelo mesmo, e também violentada". Após a confissão, seus restos foram encontrados no local.

Outra vítima cujos restos mortais só foram encontrados após o criminoso detalhes os crimes é Isadora Fraenkel. Na época, ela era namorada de Francisco e tinha apenas 18 anos, quando foi considerada desaparecida.

Quando ele chegou [no Parque do Estado], que nós abrimos o arame farpado, ele entrou, ele mudou completamente. Ele aparentava [como] um animal buscando uma presa", explicou Sérgio Luís Alves.

O delegado ainda continua: "Andamos, acho que uns 500 metros mata adentro, havia uma primeira clareira, aí ele explicou ‘quando eu entrava, passava pelo arame farpado, eu já estava julgando a moça’. Mentalmente, ele dizia ‘sua sem vergonha’. Quando chegava na primeira clareira, 500 metros adentro da mata, aí ele sentenciava a moça: ‘Você vai morrer’. Só que ele não apenas dizia isso a ela, ele passava a agredi-la, já com socos, pontapés, tapa no rosto, puxões de cabelo, etc".

E para o desespero maior delas, ele mostrava os cadáveres que estavam próximos, e falava ‘se você não for boazinha comigo, olha o que vai acontecer com você; elas não foram boazinhas. Então você tem que ser boazinha’", acrescentou Sérgio Luís Alves.

"Aí ele entrou à direita naquela clareira, andou mais uns 200 metros, e havia outra clareira, essa menor. Foi quando ele falou ‘olha, é aqui que está’. [...] então ele foi direto onde estava os restos esqueletizados da vítima, abriu e falou ‘está aqui’", recorda o delegado.

O Maníaco do Parque - Reprodução/vídeo/Youtube/Brasil Urgente

 

Outra vítima

Outra vítima de Francisco, que ele revelou durante o interrogatório, foi uma menina de 16 anos que ele encontrou em frente a uma galeria em São Paulo. "Ele se aproximou dela, passou aquela ‘cantada’ agradável, e ela, infelizmente, acabou acompanhando-o", conta Sérgio Luís Alves.

Nesse episódio, relatou o Maníaco do Parque, ele chegou na clareira e começou a espancar a jovem violentamente, até que anoiteceu e ele acabou se perdendo. Ele "falava que realmente ele judiou dela a noite inteira. Quando ele passou a violentá-la, ela caiu, e ele tirou o cardaço do coturno dela, e amarrou no pescoço. Então ele ficou a noite inteira andando com ela, como se prende um cão", afirma o delegado no documentário.

Eventualmente, Francisco encontrou a área em que estavam os outros cadáveres, e os mostrou à jovem. "A moça não falava nada. Até ele dizia ‘ela estava quietinha. Ela chorava, mas quando cheguei numa parte que eu mostrei que tinha um cadáver, ela olhou para mim e falou: ‘olha, posso te pedir uma coisa? Não bate mais no meu rosto, deixa meu rosto assim’, e eu respondi 'tudo bem’’".

"Ele estava atrás dela, e ele relata: ‘ela olhou para mim, pediu, eu falei que tudo bem, e ela mesma se ajoelhou, que ela sabia que ia morrer. Aí eu peguei o cardaço, quando ela estava ajoelhada, coloquei meu joelho na nuca dela, puxei e comecei a apertar… Até que ela caiu no chão, sem dar um grito nem nada, e eu percebi que ela tava morta. Aí eu tirei a roupa dela, fiquei com ela lá, e no dia seguinte voltei’", complementou o delegado sobre a fala de Francisco no interrogatório.

Escolhendo a vítima

Também no interrogatório, foi perguntado a Francisco qual era o critério dele para escolher suas vítimas, como ele decidia quem atacaria. "E ele falou: 'ah, doutor, é o seguinte: eu ficava andando no metrô. Jabaquara, Santana, Jabaquara, Santana… Mulher é fácil de saber quando ela tá com algum problema. Ela fica de cabecinha baixa. Eu tô no metrô e olhava, cabeça baixa e me agradava, se ela fosse bonita, eu já chegava junto. Começava a conversar'".

Ele, então, se mostrava como uma pessoa simpática até que dizia, geralmente, ser parte de uma agência de modelos, fazendo promessas de parceria com uma multinacional. Era prometendo que realizaria um ensaio fotográfico que levava suas vítimas ao Parque do Estado, onde eram atacadas.

Francisco de Assis Pereira, o Maníaco do Parque / Crédito: Reprodução/Vídeo

 

Hoje, Francisco segue detido, e é um dos assassinos em série mais conhecidos do Brasil.

'Investigação Criminal' está disponível no catálogo do Amazon Prime Video, e já conta com 10 temporadas. 

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