Bundy no momento da execução - Divulgação/Arquivo dos Estados da Flórida
Crimes

Há 32 anos, o serial killer Ted Bundy era executado nos EUA

Responsável pelo cruel óbito de 35 mulheres, Bundy dava seu último suspiro neste dia, em 1989

Letícia Yazbek Publicado em 24/01/2021, às 00h00

Era 24 de janeiro de 1989 quando um homem com uma aparência sedutora sentou na cadeira elétrica rumo ao seu destino final. Foram justamente essas características, combinadas com a crueldade, que acabaram resultando na cruel morte de 35 mulheres durante um período que causou pânico nos Estados Unidos. Suas últimas palavras? “Gostaria que você desse meu amor à minha família e amigos”.

Theodore Robert Cowell nasceu em 24 de novembro de 1946, em Burlington, Vermont, nos Estados Unidos. Filho de Eleanor Louise Cowell, Theodore nunca conheceu o pai. Em 1951, Eleanor se casou com Johnny Culpepper Bundy, que adotou Ted.

Eleanor e Johnny tiveram mais quatro filhos e, apesar das tentativas de incluir Ted nas atividades da família, o garoto permaneceu distante. Em entrevista aos autores Stephen G. Michaud e Hugh Aynesworth, Ted afirmou que escolheu ficar sozinho durante a juventude porque não entendia as relações interpessoais.

Considerado um jovem inteligente e promissor, Ted não teve dificuldades em ingressar na faculdade após o ensino médio, em 1965. Passou um ano na Universidade de Puget Sound antes de se transferir para a Universidade de Washington.

No início de 1968, abandonou a faculdade e passou a trabalhar em empregos temporários. Também se tornou militante do Partido Republicano e trabalhou como voluntário na campanha presidencial de Nelson Rockefeller.

Em 1967, Bundy se envolveu com uma colega de classe da Universidade de Washington, Stephanie Brooks. Cerca de um ano depois, a garota encerrou o relacionamento devido à imaturidade e falta de ambição de Bundy, deixando-o devastado.

Após a separação de Stephanie, Bundy viajou para o Colorado e, mais tarde, para a Filadélfia, onde se matriculou por um semestre na Universidade Temple. Ele afirmou à advogada Polly Nelson que foi nessa época, em 1969, que tentou seu primeiro sequestro.

Não há um consenso sobre quando ou onde Bundy começou a assassinar mulheres. Ele contou diferentes versões a entrevistadores, psicólogos e advogados, e se recusou a dar detalhes sobre seus primeiros crimes. Os primeiros homicídios documentados foram cometidos em 1974, quando Bundy tinha 27 anos.

Bundy estuprou e assassinou mais de 35 mulheres, incluindo uma garota de 12 anos. Em sua maioria, as vítimas tinham uma aparência semelhante à de Stephanie Brooks: eram mulheres brancas com idades até 25 anos, de classe média, com longos cabelos castanhos e lisos.

Ted Bundy era considerado um homem charmoso e comunicativo, que sabia convencer as pessoas de sua inocência. Essas características o ajudaram a atrair e seduzir as mulheres antes de sequestrá-las e matá-las.

Em 1975, Bundy foi preso pela patrulha rodoviária de Utah. Em seu carro foram descobertos máscaras, luvas cirúrgicas, martelos e sacos de lixo. Uma busca detalhada encontrou fios de cabelos, impressões digitais e evidências sanguíneas de mulheres que haviam sido assassinadas.

No intervalo de uma audiência preliminar, em 1977, na cidade de Aspen, Bundy foi autorizado a retirar as algemas para consultar livros de direito. Ele aproveitou a oportunidade para saltar do segundo andar e correr em direção às montanhas. Depois de vagar durante seis dias, roubou um carro e voltou para a cidade, onde foi reconhecido e preso novamente.

Em 30 de dezembro de 1977, a maioria dos funcionários e dos prisioneiros não violentos estavam fora devido ao feriado do Natal. Bundy espalhou livros sobre sua cama e os cobriu com um cobertor para simular seu corpo adormecido. Em seguida, escalou até o teto e o atravessou até o quarto do carcereiro chefe, que estava fora, e colocou suas roupas antes de sair pela porta da frente em liberdade.

Depois de roubar um carro, pegar uma carona com um motorista e tomar um ônibus, Bundy foi até Denver, onde pegou um voo até Chicago. Quando os funcionários da prisão descobriram a fuga, mais de 17 horas depois, Bundy já estava em Chicago.

Em 8 de janeiro, Bundy chegou a Tallahassee, na Flórida, onde alugou um quarto em uma pensão sob o codinome de Chris Hagen. Uma semana depois, de madrugada, invadiu a casa da fraternidade Chi Ômega, e agrediu, violentou e assassinou quatro estudantes.

Em 15 de fevereiro de 1978, Ted Bundy foi parado por um policial em Pensacola, Flórida. Ao verificar pela placa do carro que o veículo havia sido roubado, o policial decretou voz de prisão, sem saber que se tratava do serial killer.

Chegando ao distrito policial, Bundy disse que se chamava Ken Misner, e apresentou um documento roubado do verdadeiro Misner. No entanto, os agentes conduziram uma investigação completa e descobriram a verdadeira identidade de Bundy.

Ted Bundy foi julgado em diferentes tribunais nos estados da Flórida, Utah e Colorado. Em todos os julgamentos, ele foi o principal responsável pela sua defesa. A imprensa de diversos países acompanhou de perto o caso: as evidências apontam para Bundy, mas não eram tão contundentes quanto a polícia acreditava.

No entanto, sua arrogância e inexperiência como advogado não o ajudaram. Ted Bundy foi julgado, condenado à morte na cadeira elétrica.

Em entrevistas concedidas quando estava no corredor da morte, Bundy falou com frieza sobre como escolhia suas vítimas. “Eu não sou um animal, não sou louco e não tenho uma personalidade dupla”, afirma.

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