Sozinho no Atlântico: o estranho desaparecimento de Daniel Küblböck

Existem momentos na vida em que as coisas simplesmente dão certo. Ao mesmo tempo, existem experiências não tão boas assim, aquelas que parecem que a vida saiu dos trilhos completamente.

Daniel Küblböck vivia exatamente nessa montanha-russa emocional. Nascido e criado na Alemanha, o jovem sempre foi apaixonado pela música e, com um belo dom, ele sonhava em dominar os próprios palcos, além de uma legião de fãs.

A vida, no entanto, reservou-lhe uma série de eventos desafortunados. De catástrofes sob os holofotes, até uma família afetada por um membro que passou dos limites, a trajetória do artista foi tudo, menos fácil. E aí o pior aconteceu: ele desapareceu.

O começo de um sonho

Com quatro irmãos, Daniel completou o ensino médio em meados de 2001 e decidiu que tentaria colocar todo o seu gosto pela música à prova. Assim, no ano seguinte, ele participou do Deutschland sucht den Superstar, um programa de televisão.

Amado pelo público, o garoto de 17 anos chegou ao terceiro lugar da competição e, assim, ele sonhou com uma carreira meteórica. Tudo parecia estar indo bem e o cantor até assinou um contrato musical com a alemã Bertelsmann Music Group.

Em meados de 2003, então, dele dedicou-se a lançar seu primeiro álbum, que saiu apenas no ano seguinte. Na mesma época do lançamento, animado com os fãs que tinha, Daniel também quis lançar seu próprio filme, chamado Daniel, o Feiticeiro.

Ladeira abaixo

O longa, de maneira geral, retratava a vida do artista, mas de forma fantasiosa. Estrelado pelo próprio Daniel, no entanto, o filme foi intensamente criticado pelos especialistas e, assim, tornou-se um fracasso de bilheteria absoluto.

Com a frustração do longa metragem, a vida de Daniel aparentemente saiu do controle. O cantor participou de outros programas e chegou a inscrever uma de suas músicas para o Eurovision Song Contest, mas a canção foi rejeitada pelo júri, em 2013.

No mesmo ano, o irmão mais velho do artista faleceu. Definido como um neonazista pelos tabloides alemães, Michael estava em Berlim quando teve uma overdose de heroína. O choque foi enorme para toda a família, principalemente para Daniel.

Em águas frias

Como se todas as tragédias tanto na vida pessoal, quanto na profissional já não fossem o suficiente, Daniel tornou-se notícia mais uma vez em 2018. Na época, ele viajava em um cruzeiro com destino a Nova York quando simplesmente desapareceu.

A trajetória começou em agosto daquele ano e, no meio da viagem, Daniel decidiu pular no mar. Eram 5 horas da manhã do dia 9 de setembro quando testemunhas viram o jovem saltando em uma água congelante — com uma temperatura de cerca de 10°C.

A Guarda Costeira do Canadá procurou pelo jovem, mas nunca encontraram uma pista sequer do paradeiro de Daniel. Hoje, dois anos mais tarde, o pai do cantor ainda luta para que ele não seja declarado morto — já que, de acordo com as leis alemãs, se uma pessoa desaparecida não volta em seis meses, ela pode ser considerada falecida.

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