O local histórico de Jabal Maragha sofreu com escavadeiras após um dos clandestinos confundir uma rocha metálica com o metal precioso
Wallacy Ferrari Publicado em 25/08/2020, às 13h46
Uma equipe de pesquisadores se surpreendeu com um local histórico destruído após o retorno da quarentena em decorrência da covid-19. O sítio arqueológico de Jabal Maragha, localizado no deserto do Sudão, foi alvo de saqueadores que devastaram o local em busca de ouro e tesouros raros.
O local de 2 mil anos sofreu com os ataques de máquinas pesadas, que destruíram o trabalho de acompanhamento feito há três décadas por pesquisadores turcos. O arqueólogo Habab Idriss Ahmed, que escavou meticulosamente o local histórico desde 1999, manifestou tristeza pela intervenção: "Eles fizeram uma loucura; para economizar tempo, usaram máquinas pesadas", disse em entrevista à BBC.
Na retomada do local, a equipe arqueológica se deparou com duas escavadeiras mecânicas, manipuladas por cinco homens, no meio do deserto escaldante de Bayouda, a cerca de 270 quilômetros da capital Cartum. O espaço explorado pela equipe clandestina abriu uma vala com 17 metros de profundidade e 20 metros de comprimento.
Os arqueólogos solicitaram a presença da polícia, que levou os caçadores para a delegacia, porém foram libertados horas depois. De acordo com um deles, a escavação foi motivada pois o detector tocou com a rocha metálica de arenito e pirita, o que os levou a buscar ouro, sem sucesso.
Mahmoud Al-Tayeb, um ex-especialista do departamento de antiguidades do Sudão, externou indignação: "Eles deveriam ter sido presos e suas máquinas confiscadas. Existem leis".
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