Após serem rejeitados pela França, Dom Luís Maria e Dom Antônio Gastão fizeram parte do Exército Britânico - e tiveram seu fim junto ao conflito
Joseane Pereira Publicado em 18/11/2019, às 08h00
Após o jovem Brasil República banir a Família Imperial, em 1889, seus membros embarcaram para a Europa no navio Sergipe. Princesa Isabel e seu esposo Gastão viveram uma vida calma e quieta na comuna francesa de Bolonha, e os três filhos do casal entraram em escolas parisienses. Para os europeus, a família da única descendente viva de D. Pedro II pertencia à nobreza francesa, e era tratada como tal.
Mas a estabilidade de seus membros teve seu fim com o advento da Primeira Guerra Mundial.
PRÍNCIPES NA GUERRA
Quando chegaram na França, Dom Antônio Gastão e Dom Luís Maria tinham oito e onze anos, respectivamente. Crescendo naquele país, eles tinham o objetivo de defendê-lo quando completassem a idade do alistamento militar - ideia apoiada pelo pai, o Conde D’Eu, que já havia aberto mão do trono francês ao se casar com Isabel. Entretanto, a França se recusou a receber os dois príncipes em seu exército – provavelmente, pelo fato de o país ser uma república.
Com isso, os dois se alistaram no Império Austro-Húngaro, então governado pelo tio deles, o imperador Francisco José I. Fazendo carreira militar junto aos austríacos, eles não imaginavam que os dois países entrariam em choque na Grande Guerra. Os dois saíram do exército austríaco pouco antes do assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando, que daria início à Guerra.
Em 1914, rejeitados novamente pelo exército francês, ambos se alistaram nas fileiras britânicas devido a parentescos com a família real de lá, relata a historiadora Teresa Malatian, autora do livro “D. Luís de Orleans e Bragança, peregrino de impérios”. Portanto, os dois filhos da Família Real Brasileira se envolveram na Guerra considerando-se franceses, treinados no Império Austríaco e defendendo o exército Britânico.
Luís entrou na guerra em agosto de 1914, lutando por quase um ano. Encarregado da comunicação entre as trincheiras, ele atuou em pântanos no norte da França, contraindo uma espécie de reumatismo que o levaria à morte no ano de 1920, aos 42 anos. Nos últimos anos, ele se locomoveu em cadeira de rodas, e passava o tempo enaltecendo a imagem do Brasil e ensinando português para seus filhos.
Seu irmão, D. Antônio, se tornou capitão do regimento Dragão Canadense Real, junto aos canadenses que defendiam a bandeira britânica. Lá, ele participou de muitas batalhas aéreas – o que também seria o prenúncio de sua morte. Com o fim da guerra, Antônio sofreu um acidente de avião nos arredores de Londres, falecendo em decorrência dos ferimentos em 29 de novembro de 1918, aos 37 anos.
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