Descoberta foi realizada pelo renomado escritor Paulo Rezzutti e ganha destaque nos 200 anos da Independência do Brasil
Éric Moreira, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 16/07/2022, às 18h00 - Atualizado em 22/07/2022, às 12h00
A Independência do Brasil foi o processo histórico que marcou a separação oficial entre o Brasil Império e a Coroa Portuguesa. O episódio ocorreu no dia 7 de setembro de 1822, e completará 200 anos este ano, em 2022.
Em comemoração ao bicentenário da Independência do Brasil, o pesquisador e escritor Paulo Rezzutti — autor das biografias do imperador Dom Pedro I e da imperatriz Leopoldina — promove o relançamento das obras em um box, que conta também com conteúdos e imagens inéditas das figuras históricas.
Os relançamentos contam com dois cartões postais com imagens pouco conhecidas dos biografados, além de uma árvore genealógica da família imperial brasileira.
Na nova edição ampliada de 'D Pedro – a história não contada: O homem revelado por cartas e documentos inéditos' — livro lançado originalmente em 2015 —, é possível encontrar, pela primeira vez, o trabalho do Dr. Pedro de Freitas, médico formado pela Faculdade de Medicina da Universidade Clássica de Lisboa e com doutorado na Maimonides University, na Flórida, Estados Unidos.
Nos documentos utilizados como fonte, inéditos até o lançamento do box, constam manuscritos da junta médica que atendeu Dom Pedro I durante sua doença, que veio a matá-lo posteriormente. Graças à nova pesquisa, é colocada por terra a hipótese de que o antigo imperador teria falecido em decorrência de sífilis.
Já a nova edição de 'D Leopoldina – a história não contada: A mulher que arquitetou a Independência do Brasil' — lançado primeiramente em 2018 — conta com novos retratos da imperatriz Leopoldina da Áustria, descobertos nos últimos cinco anos. Entre as novas imagens, consta-se uma miniatura feita em 1807 por Bernhard von Guérard, que mostra a arquiduquesa aos 10 anos de idade.
Eu localizei a miniatura de d. Leopoldina criança em um antiquário em Frome, uma cidade em Somerset, na Inglaterra. Na ocasião, o dono do antiquário, especializado em retratos e miniaturas dos séculos 18 e 19, tinha uma série de aquarelas retratando os filhos do imperador Francisco I da Áustria", contou Paulo Rezzutti em entrevista exclusiva à Aventuras na História.
No entanto, o novo retrato da imperatriz Leopoldina só foi parar nas mãos de Paulo no ano passado. "A aquarela estava à venda fazia anos, e, no ano passado, totalmente sem querer, acabei localizando-a num anúncio na internet", diz o escritor e pesquisador.
Rezzutti ainda descobriu, com isso, mais informações sobre o artista que produziu a pintura histórica, além do paradeiro da obra. Segundo ele, atrás da moldura está anotado que o retrato teria sido feito pelo pintor austríaco Eugene von Guérard. No entanto, "esse pintor nasceu muitos anos depois da data do retrato, registrada na parte da frente da aquarela".
Eugene era filho de Bernhard von Guerard e faleceu na Inglaterra", apontou Paulo Rezzutti. "Bernhard von Guerard era um pintor alemão que se estabeleceu em Viena, onde trabalhou como pintor para a corte austríaca, se destacando nas pinturas de miniaturas de pessoas da realeza e da nobreza", disse ainda o historiador.
A coleção de imagens dos filhos do imperador Francisco I da Áustria, provavelmente, esteve com a família do artista Bernhard von Guerard, passando para seu filho, Eugene, e teria sido dispersada "após a morte de Eugene em Londres, em 1901."
D. Leopoldina foi uma das mulheres mais importantes de toda a história brasileira, tendo sido a imperatriz do país ao lado de seu marido, Dom Pedro I.
Entusiasmada quando veio ao Brasil, a imperatriz tinha o costume de enviar algumas espécies de animais, além de minerais e plantas, para a Áustria, onde seu pai criou um museu especial com os itens enviados pela filha.
Inteligente e observadora, ela mesma previu, antes mesmo de Dom Pedro I, o desenlace entre Brasil e Portugal, mas temia o despreparo de seu marido para governar a nação.
Em setembro de 1822, no entanto, enquanto presidia o conselho do Estado, ela foi a responsável por assinar a recomendação para que fosse declarada a Independência do Brasil.
O Brasil será em vossas mãos um grande país. O Brasil vos quer para seu monarca. Com o vosso apoio ou sem o vosso apoio ele fará a sua separação. O pomo está maduro, colhei-o já, senão apodrece", escreveu ao esposo.
Apenas quatro anos após a independência, Leopoldina adoeceu. Vítima de febre tifoide — o que não foi descoberto na época —, abortou o feto de um menino. Por fim, no dia 11 de dezembro de 1826, a imperatriz do Brasil veio a falecer.
Há 5 mil anos: Confira a última refeição feita por Ötzi
Irmãos Menendez: Veja o que aconteceu com as figuras mostradas na série
Irmãos Menendez: O que aconteceu com o psicólogo de Lyle e Erik?
Conheça Grande Adria, continente perdido há mais de 100 milhões de anos
Irmãos Menendez: Entenda como ex-Menudo pode reacender o caso criminal
Irmãos Menendez: Veja o que aconteceu com Lyle e Erik