Criado pela farmacêutica norte-americana em parceria com a BioNTech, o imunizante tem sido aplicado por diversos países
Pamela Malva Publicado em 11/01/2021, às 18h30
Em janeiro de 2020, muitos brasileiros sequer faziam ideia do que a palavra Coronavírus significava. A pandemia, então, parecia longe demais, já que a doença se espalhava de uma forma muito mais silenciosa do que hoje.
Agora, mais de um ano depois dos primeiros casos registrados na China, o mundo inteiro passou a falar sobre outra palavra: vacina. Se pesquisado no Google, por exemplo, o termo é encontrado em mais de 40 milhões de resultados.
Muitos deles, inclusive, dizem respeito à Pfizer, uma empresa farmacêutica com sede em Nova Iorque, nos Estados Unidos. Ao lado da alemã BioNTech, a instituição de pesquisas desenvolveu um imunizante que promete combater o Coronavírus.
Ao redor do mundo
Atualmente, cerca de 49 países já iniciaram seus planos de vacinação contra a doença que paralisou o mundo em 2020, segundo a CNN. Entre eles, muitos estão usando os imunizantes da Pfizer, como os Estados Unidos, Canadá, Suíça, Israel e México.
Na corrida pela imunização, o Reino Unido foi o primeiro território a utilizar as doses de vacinas da Pfizer no mundo, no dia 8 de dezembro de 2020. Pouco depois, em 24 de dezembro, o Chile tornou-se o primeiro país da América do Sul a vacinar a população.
No Brasil, por mais que tenha registrado resultados positivos, a vacina da Pfizer ainda espera por aprovação da Anvisa. Nesse sentido, a farmacêutica enviou dados da fase 3 dos testes para a agência brasileira em dezembro de 2020, de acordo com o G1.
Medos e polêmicas
De qualquer forma, muitos ainda sentem certo receio com relação ao imunizante norte-americano. Isso porque o medicamento se utiliza do chamado mRNA, ou ácido ribonucleico, para transmitir informações do vírus da Covid-19 até as células.
Diferentemente das vacinas comuns, que tem como base o próprio vírus da doença — como é o caso do imunizante do Instituto Butantan —, a criada pela Pfizer conta com outra tecnologia, segundo a própria farmacêutica.
Em resumo, o RNA mensageiro sintético (ou mRNA) transmite as informações necessárias para auxiliar o organismo das pessoas a gerar anticorpos contra o vírus SARS-CoV-2. O processo, então, acontece em âmbito celular.
Longe do DNA
Uma vez aplicado, o mRNA fará com que o organismo do paciente produza proteínas presentes no vírus. Tais proteínas, lidas como invasoras, farão com que o sistema imunológico crie uma resposta, a fim de proteger o corpo.
Com as novas informações, o próprio organismo do paciente fica responsável pela criação dos anticorpos necessários para combater o vírus. É importante ressaltar, todavia, que o mRNA não altera qualquer estrutura do DNA das pessoas.
De acordo com a Veja Saúde, por mais que seja injetado no organismo, mRNA é rapidamente lido e degradado no citoplasma (o fluido presente no interior das células). Assim, por ser destruído longe do núcleo — onde as informações genéticas estão armazenadas —, o mRNA não consegue se comunicar com o DNA de cada um.
Milhões ao redor do mundo
Hoje em dia, com base nas atuais projeções da Pfizer, espera-se que até 1.3 bilhões de doses da chamada BNT162b2 sejam produzidas até o final de 2021. O problema desta opção, contudo, é a forma que a vacina precisa ser armazenada.
Ainda de acordo com a empresa farmacêutica, as doses da vacina precisam ser armazenadas em uma temperatura de -75º C. Nestas condições, o medicamento pode ser guardado por até 6 meses.
É uma embalagem com gelo seco, no entanto, que possibilita o transporte da vacina para outras regiões, por até 30 dias. Sem ele, os frascos da vacina podem ser mantidos em refrigeradores comuns por curtos 5 dias, muito menos que o ideal.
O Brasil ainda espera
Já aprovada em diversos países, a vacina da Pfizer recentemente mostrou-se efetiva contra as novas mutações do Coronavírus. Segundo o UOL, o medicamento tem eficácia positiva contra as versões encontradas no Reino Unido e na África do Sul.
O problema é que, ainda que a vacina seja aprovada para uso emergencial no Brasil, outras questões — como os refrigeradores ultra-gelados em um país tropical — deverão ser analisadas para a aplicação do imunizante por aqui.
Por ora, sabe-se que, entre os muitos países que procuram pelo medicamento da Pfizer, o Brasil teria uma quantidade enorme de concorrentes para a compra das doses. Resta, portanto, esperar pelo posicionamento da Anvisa.
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