Raul Lamim, nascido em Juiz de Fora, foi surpreendido ao encontrar seu astro favorito na mesa de necrópsia
André Nogueira Publicado em 18/02/2020, às 10h25
Um médico brasileiro que trabalhava na cidade de Memphis, no Tennessee, ficou eufórico ao descobrir que seu maior ídolo, Elvis Presley, pesaria pela cidade em sua turnê. Raul Lamim pretendia convidar todos os fãs para irem juntos a um dos shows.
Ao mesmo tempo, o médico mineiro estava energético devido a defesa que faria de um mestrado, passando boa parte do seu dia ou no plantão da residência ou da biblioteca, estudando. Como consequência, em 16 de agosto de 1977, ele realizava os mesmos procedimentos de sempre: saiu da biblioteca com alguns livros, passou na secretaria de necropsia para pegar o pager e voltava para casa. Porém, ele foi contatado naquele mesmo momento.
Uma das funcionárias da área pediu para ele ficar: havia uma necropsia de emergência para ser realizada, em um corpo que sofrera uma drástica overdose: era ninguém menos que o próprio Rei do Rock.
"Quando ela disse que o corpo era o do Elvis, achei que estivesse de brincadeira. Mas, quando vi carros da polícia e caminhões de TV estacionando do lado de fora, não tive dúvidas: havia acontecido algo de errado", relatou o médico ao portal G1.
Ao entrar na sala de necropsia, o brasileiro se deparou com suas coisas: o patologista-chefe do hospital, Thomas McChesney, e o corpo azulado do cantor, com claros sinais de sufocamento no momento da morte.
Elvis havia sido encontrado duas horas antes, trancado no banheiro de sua mansão na cidade, por sua noiva Ginger Alden, que relatou que o Rei tomara diversos calmantes durante a noite anterior.
Anteriormente, Elvis teria comido sorvete e depois alertado que iria ao banheiro para ler e relaxar. Aquela foi a última vez que foi visto com vida, pois pouco tempo depois, ginger ouviu um som de uma queda e foi chamá-lo no cômodo, sem receber resposta.
Ao abrir o banheiro, lá estava o ícone deitado no chão, morto e ao lado do livro A busca científica do rosto de Jesus, de Frank Adams, sobre o Santo Sudário. Segundo Dr. Lamim, Elvis teria caído no sono em uma posição que impediu sua respiração, provocando morte por asfixia, aos 42 anos.
Foi chamada uma ambulância enquanto seu médico pessoal tentava fazê-lo retornar com massagens cardiorrespiratórias. Elvis foi declarado morto às 15h30, antes de chegar ao hospital Baptist Memorial.
Raul foi um dos principais responsáveis pela elucidação do caso de Elvis ao público, refutando diversas teorias da conspiração onde era afirmado que ele não havia morrido ou teria sido vítima de overdose ou envenenamento. "O exame toxicológico não encontrou vestígios de veneno ou de drogas ilícitas no organismo do cantor”, ele afirmou em pronunciamento.
No entanto, Raul sabia que drogas lícitas e farmacológicas faziam parte do cotidiano de Presley. "Elvis dormia e acordava à base de remédios". O exame post mortem revelou 14 substâncias diferentes em seu corpo.
"Quarenta anos depois, a sensação que fica é de espanto. Quando eu poderia imaginar que aquilo fosse acontecer? Nunca imaginei que, um dia, encontraria meu ídolo da juventude em uma mesa de necrotério. Uma pessoa tão idolatrada e, ao mesmo tempo, como outra qualquer", reflete o médico.
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