A morte da girafa fez com que internautas e defensores da causa animal criassem petições nas redes sociais
Larissa Lopes, com supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 03/03/2021, às 17h05 - Atualizado às 17h06
Proibida no Brasil desde 1967, a caça de animais é uma prática cruel que muitas pessoas ainda fazem clandestinamente. Segundo a legislação brasileira, a única espécie que pode ser caçada, dentro da lei, é o javali.
Contudo, não é bem assim em outros lugares do mundo, que nem sequer proibiram o crime ambiental. Na África do Sul, por exemplo, o ato atingiu uma girafa.
De acordo com um estudo da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), a população de girafas em todo o mundo diminuiu cerca de 40% entre os anos de 1985 e 2015, passando de 155 mil para 97 mil.
Em 2016, a mesma instituição colocou as girafas na chamada ‘Lista Vermelha’, e descreveu a espécie como “vulnerável”, fato repercutido pelo El País. Contudo, um episódio recente parece mostrar que caçadores não dão a mínima para esta realidade.
No mês de fevereiro, uma mulher sul-africana postou, em sua conta no Facebook, uma série de fotos em que comemorava a morte de uma girafa. O caso foi repercutido pela revista GQ.
Trata-se de Merelize Van Der Merwe, de 32 anos, que ganhou uma experiência de caça como presente do marido, em homenagem ao Dia dos Namorados — celebrado no dia 14 de fevereiro.
Em uma das fotografias, Merelize está segurando nas mãos o coração do animal, que aparece totalmente ensanguentado. O local da foto é próximo a um resort, na África do Sul, onde a mulher também matou a girafa.
“Já parou para imaginar o tamanho do coração de uma girafa? Estou sem palavras com o meu grande presente de dia dos namorados", escreveu ela em postagem.
A reação dos internautas foi de extremo horror em relação à mulher e seu ato, bem como, alguns defensores da causa animal também manifestaram seu repúdio. A postagem em questão acumula mais de cinco mil reações, e teve uma das fotos colocada como “conteúdo sensível” pelo Facebook.
“É fácil matar quando você não sente nada. Falta-lhe o respeito básico aos animais que as pessoas que caçam para sobreviver têm”, comentou outra pessoa.
E não parou por aí: a caçadora exibiu o episódio de caça à girafa diversas vezes em outras publicações. Uma delas é um vídeo, em que é possível ver a mão de um homem segurando o coração e cortando partes do órgão com uma faca.
A atitude de Merelize e seu marido foi além dos comentários de repulsa, e fez com que os internautas criassem petições, que foram compartilhadas na rede social. A mulher compartilhou uma delas — cujo link não está mais disponível — e comentou: “Nova petição contra mim [emojis de risada]”.
Merelize é dona de uma página no Facebook em que se denomina ‘figura pública’, onde tem quase 100 mil seguidores. Na descrição do perfil, ela adicionou a frase: “Caçar não é apenas algo que eu faço, é quem eu sou, a África não é apenas onde eu moro, é minha casa. Faça a viagem comigo”.
Em entrevista ao jornal britânico The Mirror, a caçadora revelou que chegou a receber ameaças de morte e invasões em sua conta de e-mail. Para ela, sua ação foi dentro da lei e, ainda, afirmou que "se a caça for banida, esses animais vão deixar de ter valor e desaparecer".
De acordo com ela, a jornada como caçadora já tirou a vida de quinhentos animais, entre leões, leopardos, elefantes — e agora uma girafa.
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