Misturando fato e ficção ao retratar os brutais assassinatos cometidos pelos irmãos Menendez, série da Netflix chamou atenção para o caso
Thiago Lincolins Publicado em 31/10/2024, às 13h13
Desde o lançamento da série "Monstro: Irmãos Menendez: Assassinos dos Pais" de Ryan Murphy, na Netflix, em setembro, o caso dos irmãos Menendez voltou a ser debatido ao redor do mundo.
A produção trouxe à tona questões sobre a condenação dos irmãos pelo assassinato de seus pais, José e Kitty Menendez, em 1989. Além da série, um recente documentário da Netflix, lançado em outubro, aumentou ainda mais o interesse pelo caso, levando a pedidos para que Lyle e Erik sejam libertados após mais de três décadas na prisão.
O caso dos irmãos Menendez é marcado por alegações de abuso sexual familiar, que foram limitadas durante o segundo julgamento dos irmãos. Na época, a acusação alegava que eles mataram os pais visando a fortuna da família.
Eles, no entanto, afirmavam que foram molestados pelo pai, José Menendez, durante anos. No final, acabaram condenados à prisão perpétua sem possibilidade de condicional.
Antes das produções da Netflix, em maio de 2023, Roy Rosselló, ex-integrante da banda Menudo, acusou José Menendez de abuso sexual. As revelações reforçaram as alegações dos irmãos sobre o comportamento abusivo do pai. Além disso, uma carta escrita por Erik antes do crime, relatando o comportamento predatório do pai, não foi apresentada nos julgamentos originais.
Em 24 de outubro, após a estreia da série, promotores de Los Angeles recomendaram uma nova sentença para os irmãos, com base em novas evidências que incluem alegações adicionais de abuso sexual contra seu pai. A audiência para discutir um possível novo julgamento está marcada para 11 de dezembro.
"Depois de uma revisão muito cuidadosa de todos os argumentos apresentados pelas pessoas de ambos os lados desta equação, cheguei a um ponto em que acredito que, segundo a lei, uma nova sentença é apropriada, e vou recomendar isso ao nosso tribunal amanhã", explicou Gascón.
Os promotores pedem agora 50 anos de prisão perpétua para os irmãos, cuja idade no momento em que cometeram o crime os torna imediatamente elegíveis para liberdade condicional.
"Eles estão presos há 35 anos", acrescentou Gascón. "Acredito que eles pagaram a sua dívida para com a sociedade e o sistema fornece um veículo para que o seu caso seja analisado por um conselho de liberdade condicional".
Além disso, após a estreia da série, os irmãos quebraram o silêncio após mais de 30 anos em um documentário inédito da plataforma de streaming "O Caso dos Irmãos Menendez". Além deles, nomes importantes, que acompanharam o caso ao longo dos anos, também participaram da produção.
Em entrevista à Vulture, o advogado Tre Lovell explicou o cenário atual é positivo para os irmãos Menendez. Ele cita, por exemplo, as atuais evidências que corroboram com os relatos de abuso sexual e a 'conduta exemplar' dos irmãos na cadeia.
"A visão da sociedade sobre abuso sexual mudou drasticamente desde a época das condenações, e o tribunal provavelmente considerará as crenças de hoje, em oposição às presentes nos anos 90", explicou ele.
Além disso, o escritório do promotor pode muito ser favorável aos irmãos. "O que isso significa é que, pela primeira vez, eles podem ter uma chance real de serem soltos", disse Anna Cominsky, professora associada de direito à Vulture.
Os irmãos Menendez, vale destacar, entraram com um pedido de clemência ao governador Gavin Newsom na última quarta-feira, 31, um passo que também poderia resultar na libertação.
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