Homem x máquina: As tenebrosas previsões de Arthur C. Clarke

Muito além de escrever o conto que deu origem a um dos maiores filmes já feitos, 2001: Uma Odisseia no Espaço (1968), o autor de The Sentinel (1948), Arthur C. Clarke, tinha certa predisposição para acertar o futuro, prevendo acontecimentos que ainda estavam longe de acontecer.

Nascido no condado da Inglaterra, de Somerset, em 1917, Arthur desde cedo se mostrava fascinado por aprender. Estudou física e matemática, além de ser fascinado por astronomia e contribuir com o conceito do satélite geoestacionário, essencial para que as telecomunicações fossem criadas.

Vivendo grande parte da vida em Colombo, no Sri Lanka, Clarke pode integrar a lista de gênios que conseguiram, de alguma forma, prever aspectos e fatos que só existiriam anos depois. O escritor tirou sua cabeça da fantasia e fez afirmações que, na época, pareciam fruto apenas da imaginação, assim como Nostradamus, Baba Vanga ou Jeane Dixon.

As previsões de Arthur C. Clarke

A narrativa de confronto entre homem e máquina para ele era algo bem mais real do que apenas um roteiro de ficção cientifica. “Os habitantes mais inteligentes do mundo no futuro não serão homens ou macacos. Serão máquinas. E, por fim, vão acabar superando seus criadores”, pensava Clarke; como divulgou a BBC, em 2018.

O pesadelo de muitas pessoas, que temem um apocalipse robótico, para o escritor é nada mais que o nosso futuro iminente. Conforme a tecnologia avança, o cérebro humano, sem condições de acompanhar tamanha evolução em tão pouco tempo, fica para trás.

Lá no passado, enquanto criava seu artigo intitulado “Can Rocket Stations Give Worldwide Radio Coverage?” (em tradução livre para o português: “As estações de foguetes podem oferecer cobertura de rádio mundial?”), Arthur já imaginava um mundo em que as telecomunicações seriam algo normal — e extremamente importantes.

“Essas coisas vão tornar possível um mundo onde poderemos estar em contato instantâneo um com outro, onde quer que estejamos”. Mais tarde, acrescentou que “a tecnologia por satélite deu ao mundo TV, telefones e internet”.

Seu pensamento ultrapassava os limites do tempo, como estudioso ousava fazer declarações que outras pessoas consideravam lunáticas. Em uma rara gravação de 1964, Clarke pressupôs: “Estou falando sério quando digo que um dia teremos neurocirurgiões em Edimburgo (Escócia) operando pacientes na Nova Zelândia”.

O autor viveu para ver que, em 2001, a primeira cirurgia a distância foi realizada com sucesso. Na ocasião, médicos de Nova York operaram um paciente da cidade de Estrasburgo, na França, a mais de seis mil quilômetros de distância.

Arthur C. Clarke morreu em 2008 de insuficiência cardíaca em sua casa no Sri Lanka, de onde conseguiu ver, pelo menos um pouco, algumas de suas previsões se tornarem realidade.

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