Albert Einstein não foi o único criador da maior teoria de todos os tempos
Mariana Ribas e Fabio Previdelli Publicado em 04/05/2020, às 12h18
Mileva Marić-Einstein foi uma física e matemática brilhante. A análise de documentos e cartas indica que a primeira mulher de Albert Einstein tenha trabalhado junto com ele em suas teorias que revolucionaram a física. Essa é uma dúvida que divide os cientistas do mundo todo.
A história de Mileva é de luta. Desde pequena, gostava de estudar. Como fazia parte de uma família rica e influente, em 1890 seu pai conseguiu colocá-la na Royal Classical High School, a melhor escola de Zagreb, onde alunas mulheres eram proibidas.
Em 1896, Mileva iniciou os estudos em Medicina, na Universidade de Zurique. No ano seguinte, mudou de planos e passou a estudar Física na Escola Politécnica de Zurique. Mileva foi a quinta mulher a ingressar nesta universidade, e a segunda a conseguir terminar os estudos no Departamento de Matemática e Física.
Mileva e Albert Einstein se conheceram na Escola Politécnica e logo viraram amigos. Única mulher do grupo, Mileva muitas vezes tirava notas maiores que as dos meninos, incluindo Einstein.
Em 1901, ela engravidou de Einstein e teve que parar os estudos de doutorado. A filha, que nasceu em 1902, teve uma doença chamada escarlatina. Não há registros sobre ela: alguns dizem que morreu, outros, que foi parar na adoção.
A relação de Einstein como Mileva
Embora Einstein tenha ficado encantado e impressionado com Mileva Maric, um arquivo de quase 1.400 cartas escritas por ele evidenciou sua crueldade com a primeira esposa.
As missivas foram doadas por Margot, filha de Elsa Einstein — segunda esposa do físico —, no início dos anos 1980. Margot faleceu em 1986 e especificou que, quando doou as cartas, elas só deveriam ser libertadas após 20 anos de sua morte.
Em uma carta a sua primeira esposa, o teórico fornece a ela uma lista meticulosa do que deveria fazer por ele e como o casamento deveria funcionar: “A: você sempre cuidará: (1) de que minhas roupas e lençóis estejam em ordem; (2) que eu receba três refeições regulares por dia no meu quarto” e “B: Você renunciará a todas as relações pessoais comigo, exceto quando forem necessárias para manter as aparências sociais”. Além disso, ele também escreveu: "Você não espera nenhum carinho de mim" e "Você deve sair do meu quarto ou estudar imediatamente sem protestar quando eu pedir”.
O casamento dos dois começou a ruir por volta de 1912, quando Albert se aproximou de Elsa, sua futura esposa e prima de primeiro grau. Embora os dois tivessem crescidos juntos, como os primos normalmente fazem, foi somente nessa época que desenvolveram uma correspondência romântica entre si.
Foi então que, em 1919, Einstein se divorciou de Maric e logo em seguida, em junho daquele ano, se casou com Elsa, logo após a finalização do divórcio.
A influência de Mileva nos trabalhos de Albert
Atualmente, 43 cartas que foram trocadas entre o casal estão preservadas. Nelas, os dois sempre se referiam às pesquisas, que hoje são atribuídas somente à Einstein, como “Nossos trabalhos”, “Nossa teoria da relatividade” e outros.
Em uma entrevista à BBC News, a física Pauline Gagnon disse: "Durante as férias escolares, que com frequência passavam distantes um do outro, trocaram várias cartas nas quais Albert se referia constantemente à colaboração dela". O filho do meio do casal, Hans Albert, afirma que já viu os dois trabalhando juntos várias vezes. Mesmo com a saída de Mileva da vida acadêmica, ela continuava ajudando ele nos trabalhos.
O físico russo Abram Joffe, que já chegou a ganhar o Prêmio Stalin, deu um depoimento sobre o assunto. Segundo ele, os artigos Annus Mirabilis Papers, publicados no jornal Annalen der Physik, tinham como nomes dos autores Einstein-Marity. O último nome era pra ser Marić, mas escreveram errado.
Teorias sobre a Teoria
Há versões que apontam o luto de Maric, após a perda do primeiro filho do casal, como uma inspiração para a Teoria da Relatividade, como é escrito no livro Senhora Einstein: A história de amor por trás da Teoria da Relatividade, de Marie Benedict, Única Editora.
Em 1903, sete anos após eles começarem a se relacionar, os dois se casaram. Dois anos depois, o físico publicou sua célebre teoria — nesta primeira versão, o nome de Maric aparecia como coautora, o que foi retirado nas versões seguintes.
Outro ponto que gera essa dúvida é que, em 1918, Albert escreveu uma carta para Mileva oferecendo dinheiro, sobre um possível Prêmio Nobel que ele acreditava ser candidato a receber, como parte do divórcio dos dois.
Em 1921, o físico foi finalmente gratificado com o prêmio e repassou metade do valor para sua ex-esposa, o que gera inda mais questionamentos: afinal, se os dois já não eram mais casados, ele não teria que dar a ela o dinheiro de uma pensão e não do prêmio? Ou esse valor seria uma forma de retribuir pelo trabalho que ela ajudou a concretizar?
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