Meio-irmão de David Bowie, Terry Burns foi uma figura crucial na vida e no desenvolvimento daquele que se tornaria o "camaleão do rock"
Éric Moreira Publicado em 25/08/2024, às 15h00 - Atualizado em 27/08/2024, às 08h40
Na história da música, mais especificamente do rock, surgiram várias figuras extravagantes que, à sua própria forma, revolucionaram a indústria. Tudo começou com Elvis, depois os Beatles... Porém, poucos eram tão deslumbrantes em palco quanto o eterno "camaleão do rock", David Bowie.
Um personagem fascinante na indústria musical, Bowie levou uma vida glamourosa e cheia de excessos no auge de sua carreira, e foi um grande influenciador do gênero musical. Afinal, seu apelido de "camaleão do rock" se deve às mais inusitadas aparições e transformações em sua aparência, sendo ele marcante não só pela sua música, mas também por todo o seu estilo excêntrico e inspirador.
Por mais que David Bowie — que faleceu em janeiro de 2016 — seja uma figura tão conhecida, muitos detalhes de sua vida pessoal são considerados mistérios, visto que muita gente confunde seus personagens de sua persona pessoal, fazendo dele uma figura quase mítica. E uma parte crucial para o surgimento de David Bowie como o conhecemos foi seu meio-irmão pouco conhecido, Terry Burns.
Segundo a Far Out Magazine, David Bowie — nome artístico de David Robert Jones — e Terry Burns eram ligados pela mesma mãe, Margaret Mary Jones. Burns era dez anos mais velho que o futuro cantor e foi figura crucial na vida do irmão mais novo.
Isso porque ele é creditado pelo próprio Bowie como aquele que o apresentou ao jazz moderno, ao budismo, à poesia beat de William S. Burroughs e, até mesmo, ao ocultismo. E, bem, aqueles que conhecem a trajetória do camaleão do rock entendem a importância que esses elementos tiveram em sua carreira.
Nas palavras de Bowie, foi com Terry que ele recebeu "a melhor educação útil que eu poderia ter tido. Ele apenas me apresentou às coisas externas. Eu vi a mágica, e peguei o entusiasmo por isso por causa do entusiasmo dele por isso. E eu meio que queria ser como ele".
Infelizmente, Terry vivia na casa da família e em enfermarias psiquiátricas, devido ao diagnóstico de esquizofrenia incapacitante e convulsões.
Quando Bowie já era adulto, no fim da década de 1960 e começo da de 1970, Burns, o irmão e sua primeira esposa, Angie, se tornaram verdadeiramente próximos. Porém, no fim da década de 1970, surgiu um infortúnio: o irmão do cantor havia parado de tomar seus medicamentos, e por isso sua saúde mental começou a declinar cada vez mais.
Rapidamente, ele foi encaminhado a um hospital psiquiátrico no sul de Londres, onde acabou, infelizmente, passando o restante de seus dias. A última vez que os irmãos se viram foi em 1981. Em 1985, depois de escapar da instituição mental de Cane Hill, Terry Burns tirou a própria vida.
Inegavelmente, a história de Terry Burns teve um impacto significativo na vida e na carreira de Bowie, que teve, inclusive, essas experiências como tema recorrente em seu trabalho musical.
Além disso, o próprio "cameleão do rock" vivia com medo constante de seu próprio declínio mental: muitos membros de sua família materna sofreram com transtornos do espectro da esquizofrenia. Uma das tias do astro passou por lobotomia, por exemplo. "Todo mundo diz, 'oh sim, minha família é bem louca'. A minha realmente é", disse Bowie em 1975 à Rolling Stone.
Músicas como 'All The Madmen', 'The Prisoner' e até mesmo o disco 'Aladdin Sane', de Bowie, foram marcadas pelo tema da esquizofrenia, isso sem mencionar todas as referências que Terry Burns apresentou para Bowie.
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