O animal mumificado descoberto em 2016 estava incrivelmente preservado, surpreendendo especialistas
Ingredi Brunato Publicado em 27/12/2020, às 07h00 - Atualizado em 24/12/2021, às 08h45
Em 2016, um mineiro chamado Neil Loveless vasculhava o permafrost (tipo de solo que fica congelado o ano todo) do território de Yukon, no Canadá, quando encontrou uma múmia de gelo praticamente intacta.
A descoberta foi possível devido ao estado de derretimento desse solo, o que é causado pelo aquecimento global. Nos últimos anos, o gelo não apenas do Canadá, mas também da Sibéria, na Rússia, e outros locais têm revelado diversos tesouros arqueológicos.
O achado se tratava de uma loba filhote que esteve congelada entre 56 e 57 mil anos, tendo, portanto, vivido durante a Idade do Gelo, porém, em um período ameno dela, em que a região era cortada por rios. O fóssil foi apelidado de “Zhur”, que significa “lobo” na língua do povo ancestral que viveu na região onde a múmia foi encontrada.
O filhote mumificado tinha entre 6 e 7 meses quando morreu, e estava em perfeita saúde. A equipe de especialistas canadenses e americanos que começou a estudar o espécime especulou que sua causa de morte seria um desabamento de solo em cima dele.
Segundo disse a paleontóloga Julie Meachen para o New York Times em 2020, "Zhur é basicamente o lobo mais bem preservado que já foi encontrado. Todo o seu tecido mole, os pelos, a pele, até o pequeno nariz ainda está lá. Ela está simplesmente intacta, e isso é realmente raro”.
Esse aspecto quase que intacto do espécime inclusive fez com que os cientistas pudessem concluir que era uma fêmea apenas com as observações visuais. Já sua raça — hoje extinta — seria uma ancestral às dos os lobos modernos, com exceção dos que vivem no Himalaia.
Após quatro anos de pesquisas, a especialista e o restante de sua equipe postaram suas conclusões na revista científica Current Biology, em 21 de dezembro de 2020.
O estado de preservação da filhote mumificada também permitiu que o conteúdo de seu estômago fosse analisado. Até então, já se sabia que os lobos da época devoravam mamíferos grandes, todavia a dieta de Zhur trouxe uma surpresa: em sua curta vida, a lobinha tinha se sustentado principalmente com animais marinhos, como o salmão.
Essa é uma mudança de cardápio que também já foi vista em lobos da atualidade durante certos períodos do ano, em que fica mais fácil caçar as presas marinhas.
O museu comunitário de Yukon irá colocar a múmia de gelo em exposição, todavia, devido aos bloqueios colocados pela pandemia do coronavírus, a página no Facebook do local também ofereceu uma live na última segunda-feira, 21, em que a descoberta foi não apenas mostrada, mas também explicada.
O vídeo continua salvo na página do evento, chamada “The Life of Zhur” (Ou “A vida de Zhur”, em tradução livre).
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