Bruce McCandless II foi o responsável pelo registro histórico ao perambular sobre a Terra sem estar ligado à nave-mãe
Wallacy Ferrari Publicado em 07/11/2022, às 20h00 - Atualizado em 05/05/2023, às 14h35
No mês fevereiro de 1984, um curioso feito fazia com que o ser humano atingisse um estado nunca antes obtido de forma controlada e de sucesso. Naquela ocasião, Bruce McCandless II era astronauta em uma missão especial da agência espacial dos Estados Unidos, a NASA, compondo a missão STS-41-B.
Com um extenso currículo que passava pela Marinha norte-americana, atravessava um doutorado em engenharia elétrica pela Universidade de Stanford e ainda acumulava especializações em voo, mergulho e fotografia, ele tinha o privilégio de ir ao espaço em meio a chamativa disputa entre seu país natal e a União Soviética durante a Guerra Fria.
Contudo, um ato proposto por ele e estudado a esmo por correspondentes em Terra não apenas surpreenderia a civilização em solo, que observava as atualizações da operação espacial, amplamente coberta por veículos de imprensa, mas também demonstraria a força e segurança que os astronautas estadunidenses e sua tecnologia avançada poderiam proporcionar no espaço.
Nascia assim um registro fotográfico de uma tentativa arriscada, mas que obtinha êxito ao ser o primeiro homem no espaço sem estar ligado fisicamente a algo na Terra ou conectado à nave-mãe que o carregou para fora de órbita.
De acordo com a NASA, a tentativa de caminhar sobre o nada no espaço ocorreu duas vezes, sendo a primeira com a duração de 6 horas e 17 minutos até ele se reconectar a nave e, na segunda, pairando por 5 horas e 55 minutos. Na missão, ele ainda passou oito dias pela nave, ficando entre os dias 3 e 11 daquele mês fora do planeta.
Ao descer, as imagens registrando McCandless acima da linha de curvatura da Terra, em um contraste do azul do mar com a escuridão do espaço, pôde finalmente ser entregue a agência, que reverberou o registro para veículos de imprensa do mundo inteiro, marcando para sempre a história das viagens espaciais.
Ao jornal The Daily Camera, ele chegou a explicar como se sentiu no espaço, afirmando que não temeu passar por maus bocados na arriscada saída da nave: "Eu estava excessivamente treinado. Eu estava ansioso para chegar lá e voar. Eu me senti muito confortável".
Estava tão frio que meus dentes batiam e eu tremia, mas isso era uma coisa muito pequena. Eu tinha ouvido falar do vácuo silencioso que você experimenta no espaço, mas com três links de rádio dizendo: 'Como está o seu oxigênio?', 'Fique longe dos motores!' e 'Quando é a minha vez?', não foi tão tranquilo. Foi uma sensação maravilhosa, uma mistura de euforia pessoal e orgulho profissional: foram muitos anos para chegar a esse ponto”, concluiu ao veículo.
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