O alimento foi encontrado dentro de uma cabana antiga por um grupo que atua pela preservação do continente gelado
Giovanna Gomes, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 21/03/2021, às 09h00
No ano de 2017, um grupo de ativistas membros do órgão neozelandês Antarctic Heritage Trust (AHT), que atua pela preservação da Antártida, estava no Polo Sul quando encontrou um item inusitado: um bolo de frutas secas de 106 anos de idade.
Conforme repercutido pela Superinteressante na época, o alimento, que logo chamou a atenção da equipe, estava dentro de um recipiente feito de estanho, em meio a cerca de outros 1,5 mil itens, os quais foram esquecidos por diversas pessoas que visitaram a região ao longo dos anos. Todos eles estavam dentro de uma antiga cabana.
A construção, localizada no cabo Adare, data de 1899, quando um grupo de noruegueses visitou o continente e criou o abrigo. Mais tarde, em 1911, o local foi utilizado pelo famoso explorador britânico Robert Scott e sua equipe.
Lá, os ativistas encontraram inúmeros alimentos como pedaços de carne e peixe em processo de decomposição, além de potes de geleia. Também foram localizados objetos diversos como ferramentas, roupas e pinturas retratando os animais locais.
Acredita-se que a sobremesa tenha sido levada ao continente gelado por Scott durante sua expedição à Terra Nova. Infelizmente ele, que também era oficial da marinha, acabou por falecer na viagem de volta junto a outros três companheiros devido ao intenso frio que enfrentaram.
O bolo, no entanto, permaneceu preservado dentro da lancheira, que, por sua vez, não saiu imune a um processo de oxidação, apesar de ainda possuir parte da pintura centenária.
“Tinha um cheiro de manteiga rançosa muito, muito leve; tirando isso, o bolo parecia comestível!”, afirmou em um comunicado, Lizzie Meek, quem administra os artefatos históricos da AHT. “Não há dúvidas de que o frio extremo da Antártida ajudou a preservá-lo,” prosseguiu.
“Dá quase para comer”, disseram outros pesquisadores.
Segundo Meek, a equipe teve de remover a ferrugem da lata em que estava a sobremesa e realizar um tratamento no objeto a fim de evitar que ele corroesse ainda mais. Apesar de a embalagem ter passado por procedimentos químicos, o alimento não foi submetido a qualquer processo.
Como a cabana é considerada um patrimônio histórico, o recipiente com o bolo, assim como os demais objetos históricos encontrados, foi devolvido ao local logo após a restauração.
Foi possível descobrir a origem da guloseima a partir de documentos dos preparativos da viagem de Scott e sua equipe, nos quais o alimento é citado. Assim ficamos sabendo que se trata de um uma sobremesa produzida pela empresa britânica Huntley & Palmers, a qual ainda permanece ativa e possui sede em Reading, cidade próxima à capital Londres.
Na época da descoberta, a própria companhia tinha a seguinte frase escrita em seu site: “Nossas latas aparecem nos lugares mais inesperados,” reconhecendo sua participação na história. Além disso, a marca ainda lembrou que, “em 1904, os primeiros europeus a visitarem a cidade sagrada de Lhasa, no Tibet, foram recebidos com biscoitos Huntley & Palmers.”
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