Snowden pisou nos calos do governo após a divulgação das memórias compiladas na obra Permanent Record
André Nogueira Publicado em 18/09/2019, às 13h42
O Governo dos EUA acionou a justiça contra o ex-espião Edward Snowden (35) devido à publicação de sua autobiografia Permanent Record, que foi lançada ao mundo na última terça-feira (17).
Segundo nota do Departamento de Justiça, Snowden violou as “obrigações expressas” de confidencialidade da CIA e da NSA, para quem trabalhou, “sem ter avisado sobre isso às duas agências para que fizessem uma revisão prévia”, e assim “violou seus acordos de não divulgação”.
Segundo o Departamento, o objetivo do processo não é impedir a divulgação da vida do ex-CIA, mas “ressarcir-se com todos os lucros obtidos” pelo autor pelas vendas e palestras que ministrou. Entre os réus apontados pelo órgão, há a presença das editoras do novo livro.
“É difícil pensar em um maior selo de autenticidade que o fato de o Governo dos EUA apresentar uma demanda afirmando que seu livro é tão veraz que escrevê-lo era literalmente contrário à lei”, afirmou nas redes sociais Snowden, hoje exilado na Rússia.
Segundo a editora Planeta de Livros, este é um livro que “alerta sobre os rumos autoritários dos Estados, que denuncia a colaboração entre a espionagem e as grandes multinacionais da era digital e que revela como nos vigiam e de que maneira nossa informação pessoal é comercializada”.
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