Frances Belle Heenan tinha apenas 15 anos quando começou seu namoro com o magnata imobiliário Edward Browning
Paola Churchill Publicado em 28/03/2020, às 09h00
No começo do século 20, os americanos acompanhavam cada capítulo da vida de Frances Belle Heenan. A estudante simbolizava o espírito moderno da década do jazz nos Estados Unidos. Mas, não foi por isso que ganhou destaques nos jornais da época.
Durante uma festa que tinha como objetivo angariar fundos para a irmandade social Phi Lambda Tau, no Hotel McAlpin em Nova York, a jovem aos seus 15 anos, conheceu o magnata imobiliário Edward Browning, que tinha 50 anos na época. Um recém-divorciado com uma fraqueza por mulheres bonitas que se apaixonou por ela.
Relação dos sonhos?
O playboy não demorou muito para engatar um relacionamento com a garota. Oferecia presentes presentes caros para a menina – algumas reportagens afirmam ainda que ele gastava US$ 1 mil por dia com mimos para ela - e a levava para os melhores restaurantes de Manhattan em seu famoso Rolls Royce na cor azul pavão.
Os tabloides não eram muito lisonjeiros com a garota: era descrita como apenas uma adolescente gordinha das pernas tortas e que sua melhor característica era um sorriso magnético. Mas seu amado a comparava com pêssegos e creme, que garantiu o seu apelido eterno: Peaches.
Em semanas de relacionamento, os dois decidiram se casar. Apesar das objeções da Sociedade Americana de Prevenção da Crueldade contra as Crianças, os pais da adolescente autorizaram o matrimônio, então nada podia ser feito.
Em abril de 1926, os dois se casaram em uma cerimônia tranquila em Cold Springs, em Nova York, no dia do décimo sexto aniversário de Peaches. Não demorou muito para que a menina escrevesse para um jornal sobre como foi a sua lua de mel, que dizia que Edward a obrigava o chamar de Daddy durante as relações sexuais do casal. Entretanto, o escândalo iria piorar: o casamento não durou muito.
O amor que foi parar na justiça
Em outubro do mesmo ano, Peaches havia deixado à residência que compartilhavam e deu entrada no processo de separação. A jovem alegava que seu marido era cruel com ela, enquanto Browning apresentava uma contra-alegação de abandono e de gastos excessivos da mulher e de sua mãe.
O julgamento teve uma grande cobertura midiática, os veículos inclusive faziam charges que debochavam do casal, conhecidas na época como Composographs. Esses quadrinhos eram compostos por cabeças de celebridades em situações embaraçosas.
Após muito tempo de batalha jurídica, o juiz não concedeu o divórcio. Isso porque na época, os laços matrimoniais só podiam ser rompidos se houvesse traição de alguma das partes. Contudo, ele decretou que o casal não teria que viver no mesmo ambiente, apesar do casamento ainda estar em vigor.
Deu tudo errado
Em 1934, os dois voltaram a se encontrar. Em um dos episódios, Browning foi encontrado inconsciente em sua suíte de hotel em Nova York. Ao ser levado para o hospital, foi detectado uma hemorragia cerebral. Ele morreu pouco tempo depois devido a complicações de seu quadro médico.
Frances, ainda sendo sua esposa legal, tinha o direito de um terço de seu patrimônio de cerca de US$ 30 milhões na época. Quando estava prestes a se tornar uma viúva rica, a primeira esposa de Edward, Nellie Adele Low Browning e as duas filhas adotivas do casal, contestaram o direito da garota de reivindicar qualquer herança do falecido.
Infelizmente para Peaches, havia entrado em vigor uma lei que estipulava que se uma esposa abandonasse o marido, ela perderia qualquer direito ao patrimônio do homem. E não só isso: ela também não foi mencionada no testamento do magnata e saiu da corte com nada mais que uma pensão anual de viúva no valor de US$ 1 mil.
A socialite ainda teve mais dois casamentos com Joseph Salvador Civelli Jr e Bernard John Hynes. Em 23 agosto de 1956, ela escorregou no chão do banheiro e bateu a cabeça na banheira, morrendo aos 46 anos.
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