No começo do ano, uma análise feita num crocodilo mumificado há mais de 2 mil anos no Egito revelou informações importantes
Redação Publicado em 26/12/2024, às 20h00
No começo do ano, uma equipe de cientistas utilizou tecnologia de ressonância magnética para desvendar os mistérios relacionados à morte e à importância religiosa dos crocodilos na civilização do Antigo Egito.
Estudos indicam que há aproximadamente 2.500 anos, um crocodilo de mais de dois metros foi capturado no Egito, embora detalhes sobre seu destino imediato permaneçam desconhecidos.
O que se sabe é que o réptil foi mumificado, envolto em linho e folhas de palmeiras, sendo preservado de forma impressionante até os dias atuais.
A pesquisa marcou a primeira vez que técnicas avançadas foram aplicadas para investigar o interior de múmias do tipo, fornecendo dados valiosos sobre o simbolismo e a devoção religiosa direcionada a esses animais pelos antigos egípcios.
Apesar da abundância desses achados arqueológicos, até o momento pouco se sabia sobre as práticas de manejo e culto relacionadas aos crocodilos. Os pesquisadores analisaram um exemplar conservado no Birmingham Museum and Art Gallery, revelando um esqueleto completo e órgãos preservados.
O exame mais detalhado do sistema digestivo do animal revelou restos de peixes e um anzol de bronze, que provavelmente contribuíram para sua morte.
"A múmia de crocodilo 2005.335 foi uma oportunidade única de aplicar análise científica a uma múmia de animal grande", Lidija Mcknight, autora e pesquisadora da Universidade de Manchester, conforme repercutido pela Newsweek em junho. "As múmias têm sido uma fonte de fascínio para visitantes de museus de todas as idades. Nosso trabalho oferece uma oportunidade única de conectar os visitantes à história deste animal."
Os achados desafiam a teoria anterior que sustentava que os egípcios mantinham crocodilos em cativeiro. Os resultados sugerem que o animal foi capturado pouco antes da mumificação.
"O aparente curto intervalo de tempo entre a ingestão do peixe e a morte do animal sugere que o crocodilo foi capturado na natureza e a carcaça processada para mumificação logo depois", explicam os pesquisadores no estudo, divulgado no periódico Digital Applications in Archaeology and Cultural Heritage.
No entanto, evidências também mostram que alguns crocodilos eram realmente mantidos em cativeiro, como o caso documentado na cidade conhecida como Crocodilópolis (atual Faium).
Este animal específico, chamado Suchus, era reverenciado como a manifestação do deus Sobek, recebendo cuidados especiais em um templo onde tinha sua própria lagoa e era alimentado por sacerdotes com uma dieta composta por pão, carne e vinho.
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