A série The Crown revelou a existência de funções um tanto extravagantes desempenhadas por pessoas próximas à família real; confira algumas delas!
Giovanna Gomes Publicado em 23/12/2023, às 17h00 - Atualizado em 29/12/2023, às 13h04
Mergulhando nos bastidores da monarquia britânica, "The Crown" se encerrou nas últimas semanas — com o lançamento da 6ª e última temporada na Netflix — oferecendo uma narrativa envolvente que abrange décadas da história da Família Real.
Com grande riqueza de detalhes, a produção chama atenção ainda pelas extravagâncias da realeza, como, por exemplo, a variedade de funções intrigantes desempenhadas por pessoas ligadas à monarquia britânica.
A seguir, confira cinco trabalhos curiosos que aparecem na série e que existem — ou existiram —, de fato, na vida real.
De acordo com Hugo Vickers, biógrafo da família real, a função de espalhador de ervas surgiu no final do século 17 "porque Londres cheirava muito mal". Assim, "em uma ocasião como uma coroação, eles estariam espalhando flores perfumadas adoráveis [como melissa, camomila e tansy] na frente do monarca, para que ele não precisasse passar segurando o nariz."
Em 1821, durante a coroação do Rei George IV na Abadia de Westminster, o papel do espalhador de ervas foi desempenhado por Anne Fellowes, amiga do rei e esposa de William Dorset Fellowes, um ancestral de destaque de Julian Fellowes, conhecido pelo seu trabalho em Downton Abbey.
À medida que o tempo avançou e a rainha Vitória assumiu o trono, o papel do espalhador de ervas foi gradualmente eliminado.
A pessoa encarregada das coleções de louças da família real é, segundo Vickers, a responsável por garantir o bom estado da porcelana e do vidro. Diferentes conjuntos são utilizados para diversas ocasiões; "se o presidente francês estivesse visitando, e eles possuíssem um conjunto de porcelana francesa, o que tenho certeza de que têm, eles o utilizariam", declarou.
De acordo com o portal Telegraph, esse trabalho abrange ainda a função de dobrar, no formato de um chapéu holandês, os 170 guardanapos de linho monogramados destinados aos visitantes de banquetes de Estado.
A cerimônia de lavagem das mãos do soberano é uma prática que ocorre apenas uma vez durante cada reinado e envolve a participação de três funcionários.
A lavagem das mãos da rainha Elizabeth II, por exemplo, foi realizada um ano após sua coroação em 1953, e Peter Houison Craufurd, 28º senhor do Castelo de Craufurdland, foi encarregado desse papel até seu falecimento em 2012.
A conquista desse título por parte de Houison Craufurd remonta a um episódio em que um de seus antepassados afastou um grupo de bandidos que estava atacando James V. Como recompensa, a família recebeu uma fazenda, sob a condição de que estivessem sempre prontos para lavar as mãos do soberano.
Após o falecimento de Houison Craufurd, um relatório do Telegraph, mencionou que ele sempre mantinha uma jarra, bacia e salva de prata com uma toalha de linho, prontas para essa cerimônia.
Em determinado episódio de 'The Crown', a rainha, interpretada por Imelda Staunton diz que "alguém precisa supervisionar os cisnes" britânicos.
Essa incumbência, estabelecida pela primeira vez no século 8, atualmente é confiada ao ornitólogo e professor Christopher Perrins. Como 'Guardião dos Cisnes' (um cargo anteriormente denominado 'Mestre dos Cisnes do Re'i e 'Guardião dos Cisnes do Rei'), ele é responsável por supervisionar o habitat e o bem-estar dessas aves.
Contrariamente ao que comumente se diz, porém, os membros da realeza não possuem todos os cisnes da Grã-Bretanha. Como esclarece a historiadora Kelly Swaby, eles podem ser reivindicados pelo soberano e pela monarquia, mas não são automaticamente propriedade do monarca.
"Não ouvimos nada além de gaitas de fole desde que chegamos às belas Terras Altas, e eu me tornei tão afeiçoada a isso que pretendo ter um gaiteiro, que pode, se gostar, tocar todas as noites em Frogmore", escreveu a rainha Vitória à sua mãe, a Duquesa Viúva de Kent, em 1843, ao visitar o Marquês de Breadalbane no Castelo de Taymouth.
A prática de manter um músico pessoal foi mantida ao longo do reinado da rainha Elizabeth II, com Paul Burns desempenhando o papel de despertador. Ele tocava todas as manhãs, fosse qual fosse a residência em que a rainha estivesse, e, segundo Vickers, ela adorava isso, tanto que chegou a ter a melodia de "Sleep, Dearie Sleep" tocada em seu funeral.
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