Técnica e concentração aliados à física permitem que eles não se furem ao deitar em uma cama de pregos e caminhem sobre um chão de brasas sem se queimarem
Fabio Previdelli Publicado em 22/09/2019, às 10h00
Deitar em uma cama de pregos sem se furar ou caminhar tranquilamente por um chão de brasas sem queimar os pés. Provavelmente você já deve ter visto algum desses números e se perguntou como a pessoa que o faz não se machuca. Pois eles são mais simples do que você imagina e graças à física conseguimos entender melhor esses casos.
Responsável por essas artimanhas, o Faquir — termo que significa pobre em árabe — serve para denominar indianos e islâmicos que viajavam para diversos povoados praticando seus truques, como a levitação e a resistência à dor, o que também lhes rendiam alguns trocados.
A concentração e técnica aliados à mais alguns segredinhos permitem que essas atividades sejam muito mais simples. Mas como eles fazem tudo isso?
Cama de pregos
A cama de pregos possui uma base feita de madeira com pregos de ponta pouco afiada e que têm cerca de 12 centímetros de comprimento — o que permite suportar o peso do corpo sem ele entortar. Com a grande quantidade de pregos próximos uns dos outros, a superfície de contato entre o colchão de pregos e o Faquir aumentam.
Portanto, quanto menor for a superfície em que um corpo se apoia, maior é a pressão, ou seja, se ele subisse em um só prego, ele se furaria, mas como existem vários pregos, a pressão se divide entre eles e se torna quase que insignificante.
Agora vai mais um segredo: para distribuir ainda mais o peso sobre os pregos, o ideal é que eles deitem o corpo todo de uma vez, sem nem pensar em se apoiar na cama.
Chão de brasas
Já nesse caso, um dos truques principais acontecem antes mesmo do Faqui pisar sob o chão de brasa. Isso porque ele suja seus pés com as cinzas que são feitas de carbono — que não é um bom condutor de calor e que esfria rapidamente em contato com um corpo mais frio.
Ao que se diz respeito às trilhas, geralmente elas são feitas com pedaços incandescentes de madeira e têm, no máximo, 5 metros de comprimento, fazendo com que o trajeto percorrido não seja tão longo assim. Os passos também são importantes — por mais que eles não sejam tão ligeiros assim, eles são constantes, o que evita um contato prolongado entre a brasa e os pés.
Um pé com a sola mais grossa também ajuda para que eles tenham mais dificuldade em se queimar. Além do mais, o calor faz com que o Faquir transpire e seu suor adia a transferência de calor, pois a água absorve o calor do chão de brasas.
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