Um dos pontos turísticos mais famosos do mundo, as Catacumbas de Paris compreendem túneis subterrâneos com inúmeras ossadas
Thiago Lincolins Publicado em 19/12/2024, às 20h00
A origem das Catacumbas de Paris remonta ao final do século XVIII, um período marcado por sérios problemas de saúde pública relacionados aos cemitérios da cidade.
Em resposta a essas questões, as autoridades parisienses decidiram transferir os restos mortais para um local subterrâneo.
O local escolhido foi uma antiga pedreira, conhecida como Tombe-Issoire, situada na planície de Montrouge, que na época estava nos arredores da capital.
Esta pedreira esteve em operação desde pelo menos o século XV, mas foi abandonada e parte de um extenso labirinto subterrâneo, explica o site oficial do ponto turístico.
A tarefa de preparar o local e organizar o transporte dos ossos foi confiada a Charles Axel Guillaumot, um inspetor do Departamento de Inspeção Geral das Pedreiras.
Este departamento, criado em 4 de abril de 1777 pelo rei Luís XVI, tinha como objetivo consolidar as pedreiras abandonadas após colapsos significativos do solo em Paris durante a metade do século XVIII.
As primeiras transferências ocorreram entre e 1787 e envolveram o maior cemitério da cidade, o Cemitério dos Santos Inocentes, que havia sido fechado em 1780 após quase dez séculos de uso contínuo.
As sepulturas, fossas comuns e ossuários foram esvaziados e os restos mortais transportados à noite para evitar reações hostis da população parisiense e da Igreja. Os ossos eram depositados em dois poços da pedreira e depois organizados nas galerias por trabalhadores locais.
Um novo ciclo começou em 1840, durante as reformas urbanas promovidas por Luís-Filipe, e a reconfiguração haussmanniana da cidade entre 1859 e 1860.
O local foi consagrado como "Ossuário Municipal de Paris" em 7 de abril de 1786 e, a partir desse momento, recebeu o nome mítico de "Catacumbas", em alusão às catacumbas romanas que já fascinavam o público desde sua descoberta.
A partir de 1809, as Catacumbas foram abertas ao público mediante agendamento prévio. Um registro foi disponibilizado ao final do percurso para que os visitantes pudessem deixar suas impressões, que rapidamente se tornaram muito populares entre franceses e turistas estrangeiros.
Com o passar dos anos, o ossuário também passou a ser o descanso final de diversas personalidades ilustres. O Conde d'Artois, futuro Carlos X, visitou o local em 1787 acompanhado por um grupo de damas da corte; em 1814, Francisco I, imperador austríaco, fez uma visita; e em 1860, Napoleão III desceu às catacumbas com seu filho.
Atualmente, as Catacumbas de Paris estão abertas ao público sem necessidade de autorização prévia e recebem cerca de 550 mil visitantes anualmente.
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