O local foi cenário de mudanças relevantes no curso da história do Brasil. Confira!
Ingredi Brunato, sob supervisão de Penélope Coelho Publicado em 15/07/2021, às 08h26
Hoje possuímos tecnologias de guerra altamente destrutivas que podem ser liberadas remotamente. No século passado, todavia, lutas bélicas geralmente necessitavam que os soldados se locomovessem até o local. Quando os conflitos aconteciam em outros países, frequentemente essa viagem era feita pelo mar.
Foi nesse contexto que o Forte de Copacabana começou a ser construído, no ano de 1908.
Segundo divulgado pela revista Recreio, a construção era “parte do sistema de defesa da capital do estado”. A proteção da cidade do Rio de Janeiro era também particularmente importante para a geopolítica do Brasil por ser, naquela época, a capital do país.
A estrutura, que tem 114 mil metros quadrados, foi projetada de forma que pudesse proteger a Baía de Guanabara de navios inimigos. Para tanto, ela foi equipada com canhões de longo alcance voltados para o mar, e construída com paredes de 12 metros de espessura para não ser facilmente derrubada.
Na época que o Forte de Copacabana foi finalizado, em 1914, ele foi considerado a fortificação de guerra mais moderna da América do Sul, de acordo com o portal EBC. Sua inauguração teve tal importância que contou com a presença do Presidente da República de então, que era o Marechal Hermes da Fonseca.
Uma coincidência interessante é que aquele também foi o ano em que a Primeira Guerra Mundial começou, apenas reforçando a necessidade de locais desse tipo, embora o Brasil não tenha participado muito do conflito.
A construção imponente presenciou o desenrolar de alguns episódios relevantes da História nacional, como por exemplo a “Revolta dos 18 do Forte de Copacabana”, ocorrida em 1922, em que 17 oficiais militares e um civil se rebelaram contra o governo de então, que era chefiado pelo recém-eleito presidente Artur Bernardes. As informações foram documentadas pelo site Infoescola.
O grupo, que havia começado com cerca de 300 oficiais, ocupou a fortificação carioca, o que fez com que o local fosse bombardeado pelo Exército a mando do Estado. Em seguida, a grande maioria aceitou render-se ou então apenas abandonou a revolta - a exceção foram os 18 que deram nome ao acontecimento, dentre os quais 16 morreram.
A ação foi considerada a primeira a ser realizada pelo Movimento Tenentista, que consistia em um grupo de soldados de baixa e média patente que estavam insatisfeitos com a República Velha.
Outro momento significativo foi quando o Forte foi usado para aprisionar o presidente Washington Luís, recentemente deposto, na época da Revolução de 1930, que foi liderada por Getúlio Vargas e terminou com o golpe de Estado que encerrou a República Velha. O ocorrido foi relembrado também pela revista Recreio.
Atualmente, o Forte de Copacabana foi transformado em ponto turístico, sediando o chamado “Museu Histórico do Exército”, que é aberto para visitação e conta alguns dos marcos da história do lugar.
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