Em entrevista exclusiva ao portal Aventuras na História, o escritor Paulo Rezzutti fala sobre o nível de fidelidade da representação do imperador Dom Pedro II
Eduardo Lima Publicado em 14/05/2023, às 14h00 - Atualizado em 17/08/2023, às 14h45
A primeira fotografia da história foi tirada entre 1826 e 1827, pelo inventor francês Joseph Nicéphore Niépce, que desenvolveu uma técnica chamada de heliografia para capturar a imagem. Não dá para ver muita coisa, mas foi o primeiro passo numa trajetória que chegaria até os nossos bolsos, com as novas câmeras superpotentes de celulares, ou até o espaço, com impressionantes telescópios modernos.
Durante o século 19, a fotografia cresceu e evoluiu como técnica, mas ainda era uma tecnologia cara e de difícil acesso. Antes disso, o que temos das figuras históricas são pinturas, esculturas e bustos. Mas como saber se podemos confiar neles?
A Fundação Maria Luísa e Oscar Americano, sediada na cidade de São Paulo, tem uma grande coleção de pinturas e bustos de personagens brasileiros como Dom Pedro II e sua avó, Carlota Joaquina. Mas será que essas obras de arte fizeram jus às aparências verdadeiras dessas pessoas tão importantes na História do Brasil?
Em entrevista ao site Aventuras na História, o escritor e pesquisador Paulo Rezzutti, autor de diversos livros sobre a família imperial brasileira, explica quais das representações artísticas de figuras históricas citadas acima podem ter sido mais fiéis.
O escultor francês Zepherin Ferrez, conhecido no Brasil como Zeferino, fez um busto de Dom Pedro II quando ele tinha só 14 anos, em 1839. Nessa época, o futuro imperador do Brasil (que seria declarado maior de idade e assumiria o posto que foi de seu pai um ano depois) estudava, enquanto o país passava pelo Período Regencial.
Será que a reprodução artística de Ferrez, artista próximo à família imperial, foi fiel à aparência de Pedro? "Quanto ao Dom Pedro II, normalmente [a representação] é muito fiel, porque ele não era uma pessoa tão vaidosa, que pedia para ter modificações no que era representado", explicou Rezzutti.
Nem todo mundo compartilhava dessa suposta tranquilidade de Pedro para com os artistas. Sua avó, Carlota Joaquina, que foi casada com Dom João VI e mãe de Dom Pedro I, dá motivos para os pesquisadores ficarem com "um pé atrás" quando analisam suas representações artísticas, explica Rezzutti.
[Essas representações de Carlota Joaquina] não batem muito com o que se sabe a respeito dela, com os registros que foram deixados a respeito da fisionomia dela", explicou o escritor Paulo Rezzutti.
A tapeçaria acima, que representa Carlota Joaquina, que faz parte do acervo da Fundação Maria Luísa e Oscar Americano, não parece ser uma representação muito fiel da rainha consorte, se adaptando mais aos padrões de beleza da época, sem muita preocupação com fidelidade à aparência real de Carlota.
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