Superfície de Vênus - Getty Images
Astronomia

Veja as novas evidências de possível vida em Vênus

Novas descobertas recentes trazem à tona mistérios da atmosfera venusiana e desafiam nossa compreensão atual

Gabriel Marin de Oliveira Publicado em 29/07/2024, às 15h43

Quatro anos após a controversa descoberta de fosfina nas nuvens de Vênus, uma nova série de observações reacendeu o debate científico sobre a possibilidade de vida no planeta.

A equipe responsável pela descoberta original apresentou evidências em uma reunião da Royal Astronomical Society em Hull, Inglaterra, no dia 17 de julho. Os dados sugerem não apenas a presença de fosfina, mas também de amônia, um gás que pode indicar processos biológicos.

Utilizando um receptor atualizado no Telescópio James Clerk Maxwell no Havaí, os pesquisadores conseguiram coletar 140 vezes mais dados do que nas observações iniciais. Dave Clements, astrofísico do Imperial College London, destacou a confiança renovada nas descobertas, em reunião com a Royal Astronomical Society: "Obtivemos detecções consistentes de fosfina em nossas três campanhas de observação."

Além da fosfina, a equipe também encontrou sinais de amônia. "A amônia é potencialmente mais significativa do que a fosfina. Se houver vida em Vênus, a amônia pode indicar uma razão biológica clara para sua presença", explicou Clements. Na Terra, ambos os gases são associados a processos biológicos, sendo a fosfina produzida por matéria orgânica em decomposição e a amônia por bactérias.

As descobertas iniciais de fosfina em 2020 foram contestadas por vários estudos que sugeriram que os sinais detectados poderiam ser, na verdade, dióxido de enxofre. No entanto, os novos dados descartam essa possibilidade, afirmando que a fosfina é observada principalmente quando a atmosfera de Vênus passa da noite para o dia, enquanto a luz ultravioleta durante o dia pode destruir as moléculas de fosfina.

Pesquisas paralelas, como as de Rakesh Mogul da Universidade Politécnica Estadual da Califórnia, reforçam essas descobertas. Dados reanalisados da sonda Pioneer Venus Large Probe, de 1978, também mostraram a presença de fosfina, sugerindo uma consistência nas observações.

A amônia, em particular, poderia neutralizar a acidez extrema das nuvens de Vênus, tornando-as habitáveis para algumas formas de vida microbiana. "Se há vida microbiana em Vênus, a produção de amônia poderia ser uma maneira inteligente de regular seu ambiente", disse Jane Greaves, professora de astronomia na Universidade de Cardiff.

Nada certo

No entanto, segundo a CNN, a presença desses gases não confirma a existência de vida. Processos não biológicos desconhecidos podem estar em jogo. "Devemos abordar essas descobertas com cautela e rigor científico", alertou Javier Martin-Torres, da Universidade de Aberdeen.

Para confirmar essas descobertas, observações diretas da atmosfera de Vênus são essenciais. Missões futuras, como o Jupiter Icy Moons Explorer da Agência Espacial Europeia e a sonda DAVINCI da NASA, poderão fornecer dados cruciais. Kate Pattle, do University College London, destacou que essas missões são promissoras para responder às perguntas levantadas pelas observações recentes.


*Sob supervisão;

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