Crenças em ideias como o pecado e o mal teriam surgido como forma de controlar grandes sociedades
Letícia Yazbek Publicado em 21/03/2019, às 13h19
Um novo estudo, conduzido por pesquisadores da Universidade de Oxford, concluiu que as religiões apresentam deuses punitivos e vingativos para manter as grandes sociedades sob controle.
Os especialistas analisaram as religiões de 414 sociedades que viveram ao longo de 10.000 anos. Por meio de registros históricos, eles mediram a complexidade de cada sociedade e suas crenças.
A pesquisa concluiu que as religiões começam a apresentar códigos morais rígidos quando as sociedades atingem mais de um milhão de pessoas. Conforme os grupos sociais se tornam maiores, as doutrinas ficam mais moralistas, desenvolvendo códigos de conduta que apresentam um deus -- ou deuses -- poderosos que punem os pecadores e desvirtuados.
Dessa forma, os pesquisadores concluíram que sociedades complexas já existiam antes da crença em deuses moralizadores. As ideias sobre pecado e mal evoluíram para impedir que grandes culturas chegassem ao caos.
Essa conclusão vai de encontro ao que muitos acreditavam até então: que as religiões vieram primeiro, permitindo que as pessoas vivessem em harmonia.
“Nossas análises não apenas confirmam a associação entre deuses moralizantes e complexidade social, mas também revelam que esses deuses sucedem grandes aumentos na complexidade social”, escreveram os autores.
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