Diplomatas americanos apresentaram uma série de sintomas após visitarem capital cubana em 2016
Fabio Previdelli Publicado em 20/01/2022, às 14h37
Diplomatas americanos que sofreram da chamada "Síndrome de Havana” não foram alvos de uma operação organizada por agentes estrangeiros. Pelo menos foi isso que a Agência Central de Inteligência (CIA) constatou, segundo a imprensa americana.
Vários funcionários do alto escalão do país — conforme informaram a NBC News, o The New York Times e o Político — tiveram o conhecimento do relatório da agência americana sobre os incidentes que foram registrados, primeiramente, na capital de Cuba, em 2016, que acometeu diversos diplomatas dos Estados Unidos e do Canadá.
Posteriormente, sintomas parecidos foram constatados por diplomatas que visitaram outros países, como Austrália, China, Colômbia, Rússia, Alemanha e Áustria. Apesar da conclusão inicial, a CIA ainda não conseguiu explicar cerca de duas dúzias de casos, o que fez com que o órgão não descartasse um suposto envolvimento estrangeiro nessas situações.
Entretanto, “em centenas de outros casos de possíveis sintomas, a agência encontrou uma explicação alternativa e credível”, segundo informaram fontes à NBC. Até então, as autoridades do país acreditavam que a síndrome poderia ser provocada por um ataque de microondas emitido pelos russos. Mas cientistas se mostraram céticos em relação a isso.
O relatório da CIA, todavia, seria um documento exclusivo para uso interno, não representando “a conclusão final do governo Biden ou de toda a comunidade de inteligência”, segundo apurou a NBC.
Apesar do andamento das investigações, alguns afetados com a Síndrome de Havana, conforme aponta o NYT, não se mostraram muito satisfeitos com as considerações da agência americana, dizendo que essa “não pode e não deve ser a última palavra sobre o caso”.
"Embora tenhamos alcançado algumas descobertas internas significativas, ainda não terminamos", declarou William J. Burns, diretor da CIA, ao periódico americano. “Continuaremos nossa missão de investigar esses incidentes e fornecer acesso a cuidados de classe mundial para aqueles que precisam”.
Nos últimos meses, diversos diplomatas americanos relataram sintomas como náuseas, dores de cabeça, vertigem e falta de equilíbrio durante viagens internacionais. Os primeiros casos aconteceram em 2016, quando representantes americanos e canadenses visitaram a capital de Cuba — daí originou-se o nome, 'Síndrome de Havana”.
Conforme explica o portal DW, os afetados apresentavam quadros de sonolência, fadiga e até mesmo problemas visuais e auditivos. Em casos mais extremos, alguns diplomatas ficaram surdos permanentemente. Os sintomas apareceram repentinamente.
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